Casares se defende e explica por que São Paulo teve déficit de R$ 287 milhões em 2024

O São Paulo apresentou, na noite desta terça-feira, o balanço financeiro de 2024 aos conselheiros do clube. A votação para aprovar ou não as contas são-paulinas vai até às 17h de quarta-feira. A tendência é de aprovação, ainda que alguns integrantes do Conselho Deliberativo contestem a apresentação da diretoria.Após a reunião, o presidente Julio Casares fez uma publicação em seu Instagram pessoal em que comenta a dívida do clube, fechada em R$ 968,2 milhões após o exercício de 2024. No ano, o São Paulo apresentou déficit de R$ 287 milhões.O mandatário atrela o déficit a fatores como a manutenção do time, pagamento de juros bancários, multas e tributos e a mudança na computação dos gastos com a categoria de base, que passou de “investimento” para “despesa”. Esse último ponto acrescenta R$ 40 milhões na dívida.

“Evitamos ao máximo vender jogadores, sendo que dois dos nossos principais ativos sofreram lesões na última temporada (Pablo Maia e Rodrigo Nestor)”, escreveu Julio Casares. Dos jogadores citados, Maia continua no elenco, mas lesionado. Já Nestor foi negociado, por empréstimo, com o Bahia, por 1,5 milhão de euros (R$ 9,4 milhões). Há cláusula de compra definitiva a partir de uma meta no contrato do meia, o que renderia mais 4,7 milhões de euros (R$ 30 milhões) ao São Paulo.Conforme Casares, os juros bancários têm origem em empréstimos “contraídos pela necessidade de manter o fluxo de caixa para pagamentos rotineiros e de curto prazo”.Neste ponto, já forma captados R$ 135 milhões via Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) para amortizar os juros, o que foi utilizado para pagar dívidas, tributos e fluxo de caixa. O São Paulo trabalha para antecipar novas contas e liberar receitas. Casares ainda apontou um débito de R$ 90 milhões em tributos e multas contraídos ainda durante a pandemia. View this post on Instagram A post shared by Julio Casares (@juliocasares_sp)Sem citar números, o presidente compartilhou uma estimativa de queda na dívida para 2025. Segundo Casares, o São Paulo tem R$ 2 bilhões de recebíveis garantidos até 2030. Nisso, não estão inclusos ganhos como venda de atletas, bilheterias, sócio torcedor e patrocínios. Na véspera da apresentação do balanço no conselho, o clube anunciou a renovação com a Superbet até 2030, em contrato que pode chegar a R$ 1 bilhão a depender de gatilhos e metas.Por fim, Casares apontou que o trabalho da base ficou mais caro e destacou os títulos do time Sub-20 na Copa do Brasil do ano passado e na Copa São Paulo deste ano. Ele repetiu a máxima sobre o profissional, justificando pela inflação no mercado do futebol brasileiro a partir da criação de SAFs e aportes de casas de apostas.“É claro que o resultado não é o que gostaríamos, mas temos um planejamento para estancar a sangria da dívida e deixar o São Paulo com mais musculatura para quem me suceder e para o centenário, em 2030?, disse.Enquanto o São Paulo aprova as finanças nos bastidores, o time se prepara para a segunda rodada da Libertadores. A equipe recebe o Alianza Lima, no MorumBis, na quinta-feira, às 21h30 (de Brasília).

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