O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do União Brasil, vai pedir demissão do cargo nas próximas horas desta terça-feira (8), confirmaram ao Valor duas fontes do Palácio do Planalto. A saída do ministro foi acertada em um almoço hoje entre a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e lideranças do União Brasil. Ficou ajustado, ainda, que o partido indicará um nome para substituir o titular da pasta.
O almoço entre a ministra, o presidente do União, Antonio Rueda, e outras lideranças do União estava agendado previamente, como parte da primeira rodada de conversas para estreitar o relacionamento da petista com lideranças da base aliada. Mas coincidiu com a notícia da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o ministro, acusado do suposto desvio de recursos de emendas parlamentares. As informações são do Valor Econômico.
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Segundo fontes do governo, a saída do ministro foi combinada “sem estresse”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em deslocamento para Honduras, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em São Paulo. Dessa forma, a carta de demissão deve ser encaminhada a Gleisi, que depois fará chegar o documento ao presidente e à Casa Civil.
Mais cedo, o Valor informou que auxiliares de Lula haviam entrado em campo para pressionar Juscelino a pedir demissão do cargo, a fim de poupar o presidente do desgaste.
Em junho do ano passado, quando veio a público o indiciamento de Juscelino pela PGR, Lula declarou que o auxiliar tinha direito ao princípio constitucional da presunção da inocência, mas observou que era preciso aguardar o recebimento da investigação pelo Ministério Público antes de dar algum passo. Na ocasião, Lula disse ainda que afastaria o ministro se ele fosse denunciado pela PGR — o que aconteceu agora — e afirmou que Juscelino estava ciente dessa condição.
Agora, segundo a mesma fonte, a avaliação é que se esgotou o prazo para manter o ministro no governo.
Em nota, a defesa do ministro negou as irregularidades. “O ministro reitera sua confiança na Justiça e na imparcialidade do Supremo Tribunal Federal, acreditando que a verdade prevalecerá e que sua inocência será devidamente comprovada”, conclui a nota dos advogados de Juscelino.
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