
O governo federal ampliou o acesso ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e deve chegar a 3 milhões de moradias entregues até 2026. Mas de acordo com o presidente Lula é preciso fazer mais.
Durante o 100º Encontro Internacional da Indústria da Construção (Enic), nesta terça-feira (8), em São Paulo (SP), o líder brasileiro pediu aos empresários da construção civil para que auxiliem o governo nessa missão de acabar, ou pelo menos reduzir substancialmente, com o déficit habitacional no país que já perdura muitas décadas.
Segundo o presidente, faz mais de 50 anos que o quadro de déficit habitacional de cerca de 7 milhões de moradias perdura, acompanhando o crescimento da população. E esta condição somente não se agravou por conta do MCMV, criado em 2009.
“Vocês têm que ajudar a gente a acabar com essa marca de sete milhões, faz 51 anos. Vocês já fizeram casa, todo mundo aqui já deve ter feito muita casa, mas algo está acontecendo, parece que a gente está enxugando gelo”, disse.
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A previsão de entregar 3 milhões de moradias até o final do seu mandato não dá conta do desafio, por isso o presidente pediu maior disposição para pensar em soluções criativas para solucionar este problema.
Neste ponto, Lula afirmou que chama a sua atenção a quantidade de palafitas que ainda existem. Ele comentou que é uma vergonha a quantidade dessas moradias construídas com estacas em áreas alagadiças no litoral paulista: “É uma vergonha. São Paulo é o estado mais rico da Federação e tem essa quantidade de palafitas entre Santos e Guarujá”, critica.

Minha Casa, Minha Vida
A nova faixa do programa MCMV atende famílias com renda mensal de R$ 8 mil a R$ 12 mil e permite o financiamento de imóveis de até R$ 500 mil, com prazo de até 420 meses (35 anos) e taxa de juros de 10,5% ao ano — abaixo das taxas de mercado.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, destacou o empenho do governo com o setor ao elogiar a criação da Faixa 4 do programa, ampliando o acesso da classe média.
Segundo Correia, as ações do governo, como o decreto que regulamenta o Fundo Social, garantindo dinheiro do Pré-Sal para o programa, tornam as fontes de recursos para a construção recorrentes e previsíveis, o que é essencial para o setor.
Em recado ao Banco Central, o industrial ainda disse que a taxa básica de juros no atual patamar “sufoca” a indústria, portanto o setor que representa apoia toda iniciativa que ajude a reverter este quadro.
O encontro ocorreu como parte da Feira Internacional da Construção Civil (Feicon). Nesta terça, o presidente Lula ainda viaja para Tegucigalpa, capital de Honduras, onde participa da Cúpula da Celac.
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