Líderes avaliam que Motta sairia enfraquecido se pautasse anistia após PL aumentar pressão com atos

Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmam que ele sairia enfraquecido se pautasse o projeto que anistia os envolvidos no 8 de janeiro diante do aumento da pressão do PL, sigla de Jair Bolsonaro. Para líderes de partidos de centro, o PL “errou na mão” ao com os discursos nos atos deste domingo e que ele não deve ceder. Aliados de Motta afirmaram que ele não tem a intenção de pautar a urgência ou mérito do projeto de lei da anistia. Motta repetiu aos líderes mais próximos que “não é o momento” para avançar com a proposta. Em evento em São Paulo nesta segunda-feira, Motta disse que pautar o projeto neste momento pode ampliar a “crise institucional”.

Isso porque, o presidente da Câmara estaria fazendo a vontade do PL. Líderes avaliam que se tudo o que o PL quiser for feito, o partido não terá limites e não respeitará a autoridade de presidente. As informações são do Jornal O Globo.

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O líder do PL na Câmara, Sostenes Cavalcante (RJ), afirmou neste domingo, durante ato na avenida Paulista, em São Paulo, que o partido estuda realizar um ato político em João Pessoa (PB), terra de Motta. Sostenes ainda disse que “a anistia será pautada, querendo ou não” e que divulgaria a lista com nomes de deputados que não assinaram o requerimento de urgência para a proposta, ou estão indecisos. A ameaça de divulgação dos parlamentares irritou ainda mais os deputados do Centrão, que já vinham estressados com a postura do PL de “bater o pé”.

Nesta segunda, Motta afirmou em evento na Associação Comercial de São Paulo que não quer aumentar a crise institucional, em uma referência a relação entre Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).

— Defendo dois pontos. Primeiro, a sensibilidade para corrigir algum exagero que vem acontecendo com relação a quem não merece receber uma punição. Acho que essa sensibilidade é necessária, toca a todos nós. E a responsabilidade de poder, na solução desse problema, que é sensível e é justo, nós não aumentarmos uma crise institucional que nós estamos vivendo — afirmou.

Aliados do presidente da Câmara pontuam que se o PL tivesse uma postura diferente, mais negociada e serena, as chances de conseguir avançar com a matéria seriam bem maiores. Motta vinha defendeu junto a líderes de centro que fosse criada uma comissão especial para debater o projeto, se formular um texto que abordasse a dosimetria das penas e depois que a matéria fosse colocada em plenário. A proposta, porém, foi rejeitada por Sostenes Cavalcante que, em mais de uma reunião com Motta, negou a possibilidade de aceitar o colegiado para análise da matéria.

O líder do PL afirma ter 163 assinaturas para pautar o requerimento de urgência, são necessárias 257 para que a proposta tenha a chance de entrar na fila de prioridades do plenário. Mas, mesmo que a legenda conseguisse o total de assinaturas necessário, seja por meio dos líderes ou individualmente, a decisão de colocar o requerimento de urgência e proposta em votação é do presidente da Casa. Hugo Motta não quer arriscar uma relação saudável que vem construindo com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Outro ponto destaca pelo líderes aliados de Hugo Motta, porém, é a influencia que os presidentes dos partidos de centro poderão ter sobre a pauta da Câmara. Republicanos, PP e União Brasil tem iniciado as costuras política para 2026, o que passa, principalmente, por uma construção de aliança com Jair Bolsonaro. O apoio do ex-presidente é considerado essencial para direita capitalizar votos.

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