Escritório da esposa de Alexandre de Moraes representa o Banco Master em ações judiciais

Matéria originalmente publicada em Jornal Opção Entorno

Desde a última sexta-feira, 29 de março, o Banco Master tem sido foco das atenções por conta da notícia de sua possível compra pelo Banco de Brasília (BRB). A aquisição está sob análise do Banco Central (Bacen) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), mas vem sendo questionada tanto pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), quanto pelo Ministério Público, que já abriu inquérito sobre o caso.

O imbróglio agora ganhou um novo capítulo: o escritório de advocacia Barci de Moraes, que tem como sócia Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF, Alexandre de Moraes, é quem representa o Master, do banqueiro Daniel Vorcaro, em ações na Justiça. Também trabalham no escritório os filhos da advogada e do ministro, Giuliana e Alexandre.

Possíveis conflitos de interesse

O fato levanta discussões sobre possíveis conflitos de interesse, já que existem 30 processos no Supremo tocados pela Sociedade de Advogados Barci de Moraes e uma ação do próprio Banco Master, relacionada ao recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Nos autos deste caso, porém, não consta o nome de Viviane.

Outro acontecimento que chama a atenção é que o banco esteve entre os patrocinadores do I Fórum Jurídico Brasil de Ideias, ocorrido em Londres, em 2024, tendo a presença de três ministros do STF: Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Viviane Barci de Moraes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Entenda o caso

O Conselho de Administração do BRB aprovou unanimemente a compra do Banco Master por R$ 2 bilhões. Entretanto, analistas questionam a liquidez da instituição financeira a ser adquirida, que prometeu, por exemplo, rendimentos muito acima do mercado em CDBs e CDIs. Com isso, tudo indica que o Master não terá capital suficiente, até o final de 2025, para pagar quem investiu nessas opções de renda fixa. Além disso, o banco possui R$ 8,7 bilhões em precatórios.

Diante do cenário preocupante, o CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, esclareceu à imprensa que vai assumir somente uma parte dos CDBs, correspondente a R$ 29 bilhões em renda fixa vendidos pelo Master, caso a operação se concretize, mas os precatórios ficarão de fora da negociação.

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