O Brasil é a vitória dos brasileiros

Por Edson Barbosa*

“O Brasil é dos brasileiros e está dando a volta por cima”! Aí está a primeira ideia-força da comunicação do Governo Lula sob o comando do Ministro Sidônio Palmeira. Bingo. Na mosca. Necessário. Oportuno dizer. O anúncio mais eficiente é o que aproveita melhor a oportunidade.

Durante mais de 500 anos, e até há pouco, o Brasil não era dos brasileiros. Chegamos ao fundo do poço sob Bolsonaro, colônia desmoralizada, um delinquente megalomaníaco batendo continência servil para a bandeira norte-americana e o comando da economia descaradamente a serviço dos fundos financeiros abutres transnacionais. As intenções e lucratividades bilionárias pessoais, quem é do ramo sabe.

Iniciamos abril com o mundo em polvorosa diante das ameaças de Trump. O Brasil, não. O governo Lula apenas afirmou sereno e seguro, “aqui, não, Trump”, seu tarifaço não nos interessa, é ruim pro mercado, pro consumidor, para as relações adequadas que precisam ser construídas na economia mundial. Até os 10% de tarifa contra os produtos brasileiros são desnecessários, bobagem.

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“Não vamos estressar, vamos negociar e fazer do nosso jeito”. Que bom ter um Presidente como Lula, um Vice-Presidente e Ministro da Indústria e Comércio como Geraldo Alckmin e um Ministro da Fazenda do Estado Brasileiro como Fernando Haddad.

O Brasil é dos brasileiros. Hoje me sinto assim. Resolvemos tudo e chegamos a Passárgada? Longe disso. Como dizia o Mestre Ariano Suassuna, sou um realista esperançoso. Tomaria a liberdade apenas de acrescentar à frase uma palavra: O Brasil é a vitória dos brasileiros. Quando na história o Congresso Nacional votou por unanimidade e autorizou o Governo do Brasil a retaliar contra uma medida violenta e abusiva do invasor colonial, imperialista?

Penso que “O Brasil é dos brasileiros” pode ter aquele poder do “estalo de Vieira” e acordar o nosso sentido adormecido de Nação, do pertencimento de todos; desde quando, mais do que uma retórica banal, ufanista, seja percebido como exercício efetivo da potência que somos.

Isso não é uma responsabilidade exclusiva do Governo, nem do Ministro da Comunicação, mas da sociedade como um todo. É angustiante, por exemplo, como grande parte dos grandes capitalistas brasileiros ainda pensam e agem como se estivessem nos anos 1930 do século passado; os ideologistas de quase todos os matizes do mesmo jeito.

Paralelamente ao chamamento para o que somos e o que temos nas mãos (“O Brasil é dos brasileiros”) a comunicação afirma que “estamos dando a volta por cima”. É verdade. Lula encontrou a máquina praticamente destruída e quase todas as políticas públicas organizadas nos últimos 30 anos, desde o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso até Dilma Roussef, esfaceladas pela droga financeirista a serviço do fascismo, da brutalidade, da destruição nacional pensada e operada pela insanidade e oportunismo de tipos como Olavo de Carvalho, Bolsonaro, Paulo Guedes, Braga Neto “et caterva”.

Em dois anos e três meses, o governo Lula reestruturou as fundações, botou a casa em pé e tem muita entrega pra fazer. Quem viver verá o que vai acontecer nos próximos 12 meses. Aposto no melhor cenário, tanto na performance da governança quanto na percepção da maioria. Os especuladores de mercado já estão botando as barbas de molho.

No caso específico do Ministro Sidônio Palmeira, ele tem uma dupla tarefa, complexa mas necessária: limpar a área do entulho bolsonarista infiltrado principalmente entre fornecedores na comunicação do governo federal e fazer valer a pauta positiva. Conhecimento e potência de tecnologia aplicada à comunicação para isso não lhe faltam.

*Jornalista e publicitário

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