Entregadores iniciam breque dos apps e cruzam os braços por mais respeito e dignidade

Entregadores de vários pontos do país paralisaram suas atividades nesta segunda-feira (31) para reivindicar melhores condições de trabalho das empresas de aplicativo, que figuram entre as mais bem sucedidas do mundo, mas exploram seus prestadores de serviço de forma aviltante. O movimento, conhecido como “Breque dos Apps”, continua nesta terça-feira (1º).

Além de cruzarem os braços, os trabalhadores também realizaram atos e pediram aos clientes de empresas como iFood — a principal do ramo —, Rappi, Uber Flash e 99 Entrega, entre outras, para não realizarem pedidos nesses dias, como forma de pressionar as empresas a atenderem às demandas da categoria.

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A expectativa dos organizadores é de ampla adesão. Em torno de 60 cidades e capitais brasileiras devem ter paralisações e protestos. Pelas redes sociais, diversos vídeos e imagens mostram a mobilização dos entregadores.

Entre as principais reivindicações estão a definição de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida; o aumento no valor do quilômetro rodado de R$ 1,50 para R$ 2,50; a limitação de três quilômetros para entregas feitas por bicicletas e a garantia de pagamento integral dos pedidos, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota.

Luta contra a precarização

Na capital paulista, centenas de entregadores se reuniram na Praça Charles Miller, em frente ao Pacaembu, de onde parte seguiu até a sede do iFood, em Osasco. Também houve manifestação na avenida paulista.

“Nossa briga é contra a precarização, é contra as empresas de aplicativos”, disse Gilberto dos Santos (Gil), presidente do Sindimoto-SP, pelas redes sociais. “Da forma que está não dá, está muito ruim”, reforçou.

A entregadora conhecida como Tatá Ventania reforçou: “quero melhorias para a categoria e não só para mim; queremos melhorias em relação aos valores que recebemos, mas também ao tratamento”, salientou, queixando-se da forma como muitos clientes recebem os trabalhadores. “Na época da pandemia, éramos heróis. E agora? O que mudou?”, questionou.

Em Brasília, a concentração aconteceu na Torre de TV, que fica no Centro. No Rio Grande do Sul, trabalhadores, sobretudo da Região Metropolitana de Porto Alegre, também pararam suas atividades. Centenas deles fizeram ato na Avenida Praia de Belas, na capital gaúcha.

Ao jornal da RBS, Douglas Benites, do Sindimoto-RS, filiado à CTB, destacou: “a gente não quer mais ser explorado”. Ele citou os baixos valores pagos hoje pelas entregas, que chegam a ínfimos R$ 3,80, e enfatizou: “Estamos aqui hoje, organizados através do sindicato, para ter a institucionalidade garantida da representação dos trabalhadores e das trabalhadoras, e reivindicar melhores condições para nós”.

Em Belo Horizonte, entregadores se encontraram pela manhã na Praça da Estação, no Centro, e seguiram até a Praça da Savassi, na região Centro-Sul. Também houve manifestações no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, e em Salvador, entre outras cidades.

Com agências

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