Aliados de Lula criticam silêncio do governo sobre aniversário do golpe de 64

O governo Lula e as Forças Armadas decidiram não fazer menção ao golpe militar de 1964 no próximo dia 31 de março. A orientação é tratar a data como um dia comum, evitando manifestações oficiais. A decisão gerou críticas dentro do próprio PT, especialmente após o ex-presidente Jair Bolsonaro ter se tornado réu por tentativa de golpe. Para alguns aliados, o silêncio seria um erro político, visto que o partido sempre defendeu a memória dos anos de ditadura.

Desde 2023, o governo Lula aboliu a leitura da Ordem do Dia alusiva ao 31 de março, retomada por Bolsonaro em 2019. A prática já havia sido interrompida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990. A decisão de evitar qualquer referência à data tem como um de seus principais defensores o ministro da Defesa, José Múcio, que busca manter uma relação estável com as Forças Armadas após a crise gerada pelos atos de 8 de janeiro. As informações são da Agência Estado.

Mesmo sem manifestações do governo, integrantes do PT e de movimentos sociais organizaram atos para lembrar as violações da ditadura. No domingo (31), haverá um protesto na Avenida Paulista, em São Paulo, e na segunda-feira (1º), um evento na PUC-SP, que durante o regime militar foi alvo de repressão. O encontro também terá como foco a oposição à anistia dos envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes.

O Ministério dos Direitos Humanos afirmou, em nota, que mantém seu compromisso com a defesa da democracia e da memória histórica. A ministra Macaé Evaristo participará, no dia 31, de uma reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mas sem agenda específica sobre a data.

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