Em fevereiro, 87% dos reajustes salariais ficaram acima da inflação

Cerca de 87% dos reajustes salariais de fevereiro resultaram em ganhos acima da inflação. O percentual é o segundo maior das negociações com ganhos reais nos últimos 12 meses, menor apenas do que o registrado em maio de 2024 (88,6%).

No mesmo mês, também foi registrada a maior variação real média no período, com 1,87% acima da variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, usado para balizar os reajustes salariais. O percentual é maior do que o observado em janeiro (1,31%).

Os dados fazem parte do mais recente boletim sobre as negociações, produzir pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e divulgado nesta terça-feira (25).

“O aumento de fevereiro se deve não só ao crescimento da proporção dos reajustes acima do INPC, como também ao incremento dos ganhos obtidos pelas categorias. Cerca de 25% dos reajustes de fevereiro (grande parte deles de negociações da saúde em Minas Gerais) resultaram em ganhos entre 3% e 4% acima do INPC”, diz o documento.

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O boletim também salienta: “chama a atenção que 25% dos reajustes no mês resultaram em ganhos entre 3% e 4% acima da inflação”. O Dieese apontou, ainda, que reajustes iguais à variação do INPC recuaram, pelo quarto mês consecutivo, para 7,1%, em fevereiro. Já os os inferiores à inflação mantiveram-se no mesmo patamar das duas datas-bases anteriores, em torno de 5,5%.

Conforme o Dieese, não foi detectado reajustes parcelados em fevereiro e apenas 1,6% foram escalonados.

Primeiro bimestre

Se for levado em conta o primeiro bimestre, o percentual de negociações acima do índice inflacionário foi de 83,9%; os que ficaram iguais somam 10,7% e abaixo, 5,4%. Já a variação real média no período é igual a 1,37%.

Quanto aos setores com melhores desempenho nos reajustes salariais em todo o primeiro bimestre deste ano estão o rural, com 91,2%, e o de serviços, com 87,7%. Na indústria, o percentual de reajustes acima da variação do INPC é igual a 82% e, no comércio, 67%.

“É possível que os resultados mais positivos dos setores rural e serviços, no primeiro bimestre de 2025, sejam decorrentes da correção do salário mínimo em janeiro. Como se sabe, parte considerável dos salários nesses setores tem valor muito próximo ao do mínimo oficial. Assim, as negociações salariais sofrem muita influência do reajuste do salário mínimo”, aponta o Dieese.

Quanto ao recorte regional, o Sudeste, o Sul e o Nordeste obtiveram os maiores percentuais de reajustes acima da inflação no primeiro bimestre de 2025, com 86,2% e 84,8% e 84,1%, respectivamente.

Já o Centro- Oeste registrou aumentos reais em 77,4% dos casos, e o Norte, em 72,7%. Essas duas últimas regiões também apresentaram os maiores percentuais de reajustes abaixo da variação do INPC: 9,5% no Centro-Oeste e 11,8% no Norte.

O boletim também mostra que o piso salarial médio das negociações do primeiro bimestre de 2025 foi de R$ 1.690, enquanto o mediano foi de R$ 1.596. No cômputo dos últimos 12 meses, os valores médios e medianos são, respectivamente, de R$ 1.780 e R$ 1.664.

Os Dados analisados pelo Dieese são colhidos a partir dos instrumentos coletivos registrados no Mediador, do Ministério do Trabalho e Emprego, até 11 de março de 2025. 

O estudo analisa os reajustes conquistados por trabalhadores com carteira assinada do setor privado e de empresas estatais, não contemplando os reajustes obtidos por estatutários, nem os do mercado informal.

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