Ex-jogador de futebol e assessor na Câmara de Goiânia é preso em operação da Polícia Civil

O ex-jogador de futebol Francesco Alvarenga, com passagens por diversos clubes goianos como Vila Nova e Atlético Goianiense, foi preso durante a Operação “New House”. A ação teve como alvo uma associação criminosa especializada em fraudes imobiliárias. Ao todo, 13 pessoas foram presas, além do cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão. Francisco Alvarenga era Assessor Especial V do vereador Geverson Abel (Republicanos) na Câmara Municipal de Goiânia, e foi exonerado na segunda-feira, 24. Veja declaração de Geverson Abel ao final da matéria.  

Segundo a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO), o grupo clonava anúncios de imóveis para locação, atraindo vítimas que acreditavam estar negociando com imobiliárias reais. A investigação se iniciou após um empresário do setor imobiliário, dono de imobiliária, procurar a Delegacia. Ele relatou que estavam utilizando indevidamente o nome e a identidade visual de sua empresa para aplicar golpes na internet.

O grupo criminoso foi desmantelado após criar anúncios falsos em plataformas digitais, simulando publicações legítimas de imóveis para locação. Os golpistas redirecionavam as vítimas para números de WhatsApp, onde se passavam por corretores ou proprietários de imóveis. Em alguns casos, os criminosos retiravam chaves de imóveis em imobiliárias e apresentavam os locais como se fossem de sua propriedade. Após exigir pagamentos antecipados para “reservar” os imóveis, os fraudadores cessavam o contato assim que recebiam as transferências, deixando as vítimas sem o imóvel e sem qualquer reembolso.

As investigações permitiram rastrear os pagamentos realizados pelas vítimas, identificando diversos beneficiários das transferências bancárias e integrantes da associação criminosa. Com o aprofundamento da apuração, foi possível identificar diversas ocorrências ligadas ao grupo, registradas entre agosto de 2021 e agosto de 2024.

Francesco é suspeito de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, e foi preso temporariamente na deflagração da operação na última quinta-feira, 20, pela 4ª Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia, com participação das Polícias Civis dos Estados do Tocantins (Deic-Paraíso do Tocantins) e da Bahia, a operação foi realizada em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Caldas Novas e Alto Paraíso, Porto Nacional (Tocantins) e Santo Antônio de Jesus (Bahia).

Assessor na Câmara

Em denúncia no plenário, o vereador Sargento Novandir (MDB) afirmou que o servidor era indicação do vereador Geverson Abel (Republicanos) para a Comissão de Fiscalização do Transporte Público Coletivo. A denúncia foi feita durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 26.

“É assessor do vereador Geverson Abel”, disse Novandir, em plenário. “(…) Poderia crescer politicamente, mas preferiu o mundo do crime para prejudicar as outras pessoas. Fica aqui a minha indignação e revolta de saber que um assessor parlamentar estava cometendo crimes”, finalizou.

Foto de Francesco com Geverson Abel nas redes sociais do ex-jogador | Foto: Redes Sociais

O Jornal Opção entrou em contato com Geverson Abel e a sua assessoria a respeito da denúncia. Veja a resposta abaixo na íntegra.

Nota Geverson Abel

Diante da operação “New House”, realizada pela Polícia Civil de Goiás, que resultou na prisão temporária de um servidor lotado na Comissão de Fiscalização do Transporte Público Coletivo da Câmara Municipal de Goiânia, vinculado ao meu gabinete, venho a público esclarecer:

Não compactuo e jamais compactuarei com qualquer tipo de crime, ilegalidade ou conduta antiética. Minha atuação como vereador é pautada na legalidade, na responsabilidade e no respeito absoluto à população que me confiou este mandato.

Os fatos investigados pela Polícia Civil dizem respeito exclusivamente à vida privada do ex-servidor e não têm absolutamente nenhuma relação com o meu mandato, com minha atuação parlamentar ou com qualquer atividade do gabinete ou da Comissão em que ele atuava.

Assim que tomei conhecimento da prisão temporária, no dia em que a operação foi deflagrada, determinei imediatamente a exoneração do servidor, medida adotada até que todos os fatos sejam devidamente apurados pelas autoridades competentes. Ressalto que, até o momento, não há qualquer condenação ou trânsito em julgado relacionado ao caso, e que toda pessoa investigada tem direito à ampla defesa e ao contraditório.

Reitero minha total confiança na Polícia Civil de Goiás, no Ministério Público e no Poder Judiciário, e acredito que as investigações ocorrerão com seriedade, legalidade e pleno respeito ao devido processo legal.

Por fim, reafirmo que tanto eu quanto o meu mandato seguiremos sempre pautados na ética, na transparência e no compromisso com a população goianiense.

Vereador Geverson Abel
Câmara Municipal de Goiânia – GO

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