Mineradora peruana Aclara Palma inicia projeto de extração de terras raras em Aparecida de Goiânia

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela, e o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, se reuniram na segunda-feira, 24 de março, com o CEO da mineradora peruana Aclara Palma, José Augusto Palma, na Cidade Administrativa Maguito Vilela. O encontro teve como principal objetivo a apresentação da planta-piloto da Aclara, que está sendo construída no município de Aparecida de Goiânia para testar a extração de terras raras a partir de argilas de Nova Roma, Goiás.

Localizada no polo industrial All Park, a planta-piloto ocupa uma área de 2 mil metros quadrados e já está com 70% das obras concluídas. A previsão é que a operação da unidade se inicie entre o final de abril e o início de maio de 2025, com a criação de 60 empregos diretos. Durante um período de quatro a seis meses, o projeto será conduzido para testar as etapas do processo produtivo até a conclusão da planta definitiva em Nova Roma.

Polo industrial All Park | Foto: Google Maps

Durante a reunião, o prefeito Leandro Vilela ressaltou a importância do projeto para o município, destacando as perspectivas de geração de empregos e desenvolvimento econômico para Aparecida de Goiânia. “Estamos otimistas com o potencial desse projeto e esperamos que ele traga benefícios significativos para nossa população”, afirmou.

José Augusto Palma, CEO da Aclara, detalhou o papel essencial da planta-piloto para o projeto principal da empresa. Ele explicou que a tecnologia utilizada pela Aclara permite uma extração eficiente e sustentável das terras raras, o que pode melhorar o desempenho de motores elétricos, promovendo maior potência e redução no consumo de energia, além de contribuir para a redução de tamanho e peso das baterias, impactando positivamente a indústria da mobilidade elétrica.

O vice-governador Daniel Vilela também comentou sobre a relevância do projeto para o estado de Goiás, especialmente para Nova Roma. “Esse projeto não apenas representa um grande investimento para a região, mas também uma alternativa de desenvolvimento sustentável, utilizando um processo de extração que não prejudica o meio ambiente”, afirmou.

O projeto piloto faz parte do empreendimento Carina, desenvolvido pela Aclara Resources em Nova Roma, com um investimento estimado em R$ 2,8 bilhões. A planta definitiva deverá iniciar suas atividades em 28 de outubro de 2025.

A Aclara é reconhecida por sua atuação sustentável e já possui operações no Chile, expandindo agora sua presença no Brasil, com foco em inovação tecnológica, geração de empregos e desenvolvimento econômico sustentável.

Estiveram presentes no encontro o deputado estadual Veter Martins, o chefe de gabinete do vice-governador, Pedro Chaves, os secretários Marcos Abrão (Indústria e Comércio) e Ozeias Laurentino (Comunicação), o consultor da Aclara Arão Portugal e o advogado Matheus Carvalho.

O que são as Terras Raras

As principais espécies minerais que contêm terras-raras são monazita, bastnaesita, xenotima (ou xenotímio) e argilas portadoras de terras-raras adsorvidos sob forma iônica. Essas argilas, exploradas apenas na China, e a xenotima são as principais fontes de terras raras pesados. A monazita e a bastnaesita são também importantes fontes de terras-raras, principalmente leves.

Os minerais terras raras são considerados todos aqueles que possuem utilidade como matéria-prima para a indústria produzir uma série de materiais distintos, sendo compostos por 17 diferentes elementos químicos que fazem parte da família dos lantanídeos, adicionando também o ítrio e o escândio. O depósito contém uma quantidade significativa de disprósio (Dy), térbio (Tb), neodímio (Nd) e praseodímio (Pr).

Grandes depósitos de bastnaesita são encontrados na China e nos Estados Unidos. No Brasil, Austrália, Índia, África do Sul, Tailândia e Sri Lanka, os elementos terras-raras ocorrem em monazita e em areias com outros minerais pesados. Também é importante destacar a ocorrência, no Brasil, de importantes concentrações de terras-raras na monazita, encontrada tanto em depósitos do tipo placer5 quanto em carbonatitos, e na xenotima.

A cadeia produtiva dos terras-raras pode ser decomposta em várias etapas. Inicialmente, extrai-se o minério que contém esses elementos. Após extraído, o minério é triturado e moído. Em seguida, em geral por um processo de flotação7 , obtém-se o minério concentrado que contém terras-raras. Depois da concentração, ocorre a separação dos diferentes óxidos de terras-raras.

Após o processamento primário, os óxidos são refinados e convertidos em metais, que depois são combinados com outros metais para se produzir as ligas contendo terras-raras. Essas ligas são usadas em centenas de aplicação, principalmente na área de alta tecnologia. A Figura 1.1 ilustra a cadeia produtiva dos elementos terras-raras.

Leia mais Aparecida de Goiânia oferece acesso a mais de 40 serviços gratuitos até sábado;

Terras raras: multinacional vai explorar área próxima à Chapada dos Veadeiros

O post Mineradora peruana Aclara Palma inicia projeto de extração de terras raras em Aparecida de Goiânia apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.