BYD enfrenta processos judiciais por defeitos em seus veículos

Diversos proprietários de veículos da montadora chinesa BYD em Mato Grosso do Sul têm procurado a Justiça devido a problemas em modelos híbridos e elétricos da marca. As ações judiciais envolvem falhas em veículos de alto valor, além de atendimentos frustrados e tentativas infrutíferas de resolução com a empresa. Os pedidos variam desde a restituição do valor pago, a substituição dos automóveis defeituosos e até a solicitação de indenizações por danos morais.

Um dos casos mais recentes é o do empresário José Rodolfo Gadotti, de Sidrolândia, que adquiriu um SUV híbrido BYD Song Plus GS DMi. O veículo apresenta falhas no sistema de chave eletrônica por aproximação, que deveria funcionar por meio da tecnologia NFC (sem contato), além de ruídos no painel, um problema já registrado por outros proprietários do modelo.

Após várias tentativas de reparo, incluindo a troca de peças enviadas pela matriz da empresa na China, Gadotti entrou com uma ação na Justiça. Ele exige a substituição do veículo por outro novo ou de características superiores, além de uma indenização de R$ 20 mil. O valor do carro foi de R$ 209 mil.

Outro cliente insatisfeito é o advogado Pedro Henrique Negrão Lourenço, que comprou o modelo híbrido BYD Song Pro GL DM. Lourenço teve problemas com o amortecedor esquerdo do veículo, além de persistentes ruídos no painel e um mau cheiro vindo do ar-condicionado. O veículo ficou inutilizado por quase 20 dias, e apesar das substituições feitas, os problemas continuaram. Cansado da falta de soluções, ele pede à Justiça a devolução dos R$ 189,8 mil pagos pelo carro, além de R$ 50 mil de indenização por danos morais.

O dentista Leonardo Corrêa Miranda também enfrentou problemas com um veículo da BYD, uma caminhonete híbrida BYD Shark. Durante uma viagem, o motor a combustão do veículo teve um grave dano. Após uma série de tentativas de resolver o problema com a montadora, Miranda recorreu às redes sociais e publicou um vídeo no Instagram que viralizou, alcançando mais de 70 mil curtidas.

A BYD entrou em contato com ele e acordou a devolução do valor pago pelo veículo, R$ 379,8 mil, sob uma cláusula de confidencialidade. Mesmo após o acordo, Miranda entrou com uma ação na Justiça, cobrando R$ 10 mil de indenização por danos morais, apesar de ter assinado o termo de confidencialidade.

Esses casos refletem uma insatisfação crescente entre os consumidores de veículos da marca, que buscam alternativas para resolver os defeitos e falhas nos carros. Até o momento, nenhum dos processos chegou a uma decisão final.

A presença da BYD no Brasil

A BYD iniciou suas atividades no Brasil em 2015, com a montagem de chassis de ônibus elétricos em Campinas, no interior de São Paulo, e a instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento. Desde então, a marca tem ampliado sua atuação no mercado automotivo, com a importação de veículos elétricos e híbridos e a abertura de concessionárias.

Em 2023, a empresa anunciou um novo investimento com a construção de um complexo industrial em Camaçari (BA), um projeto que pode gerar cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos. O complexo terá unidades dedicadas à produção de veículos elétricos e híbridos, além de outros projetos ligados à mobilidade elétrica e à cadeia produtiva de baterias.

Apesar das dificuldades enfrentadas por alguns clientes, a BYD segue com seus planos de expansão no Brasil, com foco na ampliação da produção de veículos elétricos e híbridos e no fortalecimento da rede de concessionárias no país.

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