Pais realmente têm um filho preferido? Especialistas opinam

“Mãe, queria que você me desse mais atenção. Você quando vai dormir dá mil beijos no meu irmão e me dá só um abraço”. Essas foram as primeiras frases da carta que a cantora Anitta escreveu para sua mãe, Miriam Macedo, quando era criança.A divulgação do conteúdo viralizou na internet e gerou uma discussão sobre pais terem um filho preferido. Isso realmente existe?A psicóloga e colunista de A Tribuna, Sátina Pimenta, afirmou, inicialmente, que a criança nasce dentro de um contexto social e de um contexto psicológico pertencente ao pai e à mãe, e que eles mudam quando se fala de filhos de idades diferentes.“A mãe que deu à luz em 2012 não é a mesma pessoa que a mãe que dá a luz em 2020. E não só os pais são diferentes, mas o mundo também”, disse. Assim, pode haver um apego maior a determinado filho, mesmo sem intenção, devido ao contexto e as emoções do momento em que nasceram.Segundo Sátina, a personalidade da criança também influencia nessa questão. “Um pai pode ter mais afinidade com o filho “X” por ter semelhanças de gostos ou prazeres, algo que pode não estar presente na relação com o outro”.Ela disse que os fatores inconscientes podem fazer com que um dos filhos receba mais atenção emocional. “Isso tudo não precisa significar que os pais amam mais um filho do que outro, mas que há dinâmicas relacionais diferentes”.Segundo a psicóloga Talita Alves, o problema surge quando há uma diferença de tratamento que leva o filho a não se sentir admirado.“O filho que se sente desfavorecido, então, pode se comportar de maneira inapropriada a fim de chamar a atenção dos pais ou buscar a atenção deles a partir de suas ações ou conquistas”, disse. “Caso essa relação não seja trabalhada, além de criar barreiras na comunicação entre pais e filhos, essa situação pode afetar no bem-estar emocional na vida adulta”, completou.Tendo em vista essa questão, o que fazer? “Se, na medida que os filhos pontuam, ou alguém de fora coloca a questão em jogo, é importante fazer uma reflexão e analisar se aquilo está acontecendo mesmo”, disse Juliana Xavier Machado, psicóloga da Unimed Sul Capixaba.
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