Mulheres à frente na inovação pecuária

Renata Erler já foi convidada a prestar consultoria para um grande grupo agropecuário em Angola

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Clóvis Rangel

O Dia Internacional da Mulher é uma data que ressalta conquistas e a relevância feminina em diversos setores. No Espírito Santo, duas mulheres se destacam pela inovação na pecuária: a zootecnista Renata Erler e a pecuarista Karla Lievore.Natural de Santa Teresa, Renata, de 39 anos, acumula mais de duas décadas de experiência no setor agropecuário. Filha de produtor rural, ela cresceu envolvida na criação de bovinos.Formada em Zootecnia aos 21, começou como assistente técnica em uma empresa de nutrição animal, enfrentando desafios por ser jovem e mulher em um ambiente predominantemente masculino.“Muitos não me ouviam por ser nova. Mas, com o tempo, homens que acreditaram no meu trabalho abriram o caminho junto comigo”.Com o tempo, consolidou-se como referência na pecuária brasileira ao desenvolver o método “Pecuária 360º” – abordagem integrada e sustentável para a gestão do ciclo produtivo. A metodologia tem transformado fazendas em negócios mais eficientes, otimizando o manejo sem demandar novos investimentos financeiros.Sua atuação ultrapassou fronteiras. Em 2024, foi convidada a prestar consultoria para um grande grupo agropecuário em Angola, que utiliza genética importada do Brasil. Além disso, destaca-se como palestrante em eventos renomados, como o Capim Day, e presta consultoria a pecuaristas de diversos estados, como Mato Grosso, Pará, Bahia, Minas Gerais e São Paulo.Em Colatina, na Região Noroeste, Karla Lievore tem se sobressaído na pecuária leiteira de alta produtividade, aliando produção e agroindústria própria sob a marca Laticínio Reserva dos Imigrantes.Para enfrentar desafios climáticos, como altas temperaturas e estiagens, implantou o sistema “compost barn”, que consiste em um galpão climatizado com cama de pó de serra, além de uma pista de trato, onde são oferecidos silagem, ração, sal mineral e água fresca.“O sistema alia genética, bem-estar animal e produção de qualidade, garantindo saúde e produtividade das vacas, mesmo em períodos de seca”, afirma Karla, de 45 anos, que compartilha a gestão da propriedade com a família.Saiba maisProtagonismo femininoA proporção entre homens e mulheres na gestão das propriedades rurais no ES cresceu 40%.A atuação feminina é mais forte nas atividades de produção das lavouras permanentes, que concentram 57% das mulheres, seguida pela produção da pecuária e criação de animais (24%), produção de lavouras temporárias (9%), horticultura e floricultura (8%) e produção florestal (1%).Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag)

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