Wesley realiza sonho na seleção e espera se firmar na carente lateral direita: ‘Fazer de tudo’

Eleito o melhor lateral-direito no Brasileirão de 2024, o jovem Wesley, do Flamengo, concretizou um sonho de infância nesta segunda-feira ao se apresentar na seleção brasileira. Ciente que a posição anda carente, o jogador de 21 anos espera ir bem em rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para provar ao técnico Dorival Júnior que tem condições de se manter no grupo na busca por vaga na Copa do Mundo de 2026.Sem o experiente Danilo, com problema muscular, Wesley disputará a vaga de titular diante da Colômbia, quinta-feira, no Mané Garrincha, e dia 25, contra a Argentina, em Buenos Aires, com Vanderson, do Monaco.“Confesso que estava muito ansioso (pela apresentação). Quando eu acordei e estava me arrumando, passou um filme na minha cabeça, fiquei perguntando para mim mesmo: será que isso é real? É um sonho que eu estou realizando e quero muito vestir a amarelinha, o que é sonhado por todo jogador. Estou muito ansioso para dar continuidade no trabalho”, afirmou Wesley à CBF TV.

“Lembrei de quando saí do meu bairro apenas com um sonho. O ápice do jogador é botar a camisa do seu país. Fiquei pensando em tudo e falei: ‘Cheguei até aqui, agora o mais difícil é me manter, é isso que passou pela minha cabeça, da minha história toda’. E já que eu cheguei, vou fazer de tudo para me manter.”Wesley começou a dar os primeiros passos no futebol justamente na pandemia de covid-19, em 2020, quando tinha somente 16 anos. A paralisação do País pelo combate ao vírus o fez ameaçar desistir da profissão para ajudar sua humilde família. E ele foi trabalhar em um estacionamento de um restaurante onde sua mãe era cozinheira.Veja mais1Com Endrick, Dorival crê em evolução da seleção contra Colômbia e Argentina nas Eliminatórias2Lucas Paquetá começa a ser julgado nesta segunda por envolvimento com apostas e pode ser banido3Leila Pereira e John Textor se unem em apoio para reeleição de Ednaldo Rodrigues na CBF“Saí de São Luís, no Maranhão, com um ano de idade, e fui para Florianópolis, onde fiquei 16 anos. Comecei a escolinha de futebol com oito anos, fui para o Figueirense, mas fui reprovado três vezes, aos 12, 13 anos. Fui para o Tubarão e fui reprovado também. Treinei mais um ano e voltei para o Figueirense, fui aprovado no começo de 2018 e na metade do ano fui para o Tubarão. Aí teve a covid, e falei: ‘logo na minha vez, quando fui aprovado, acabou o futebol, né? Eu já tinha entregado e falado para minha família toda que não queria mais e que queria trabalhar’”, lembrou.

Com Vini Jr. e Endrick, este no lugar de Neymar, seleção se apresentou em Brasília. Foto: Wilton Júnior/Estadão

“Eu tinha parado de jogar futebol e falado que queria trabalhar. Com 16 anos, estava trabalhando pra estacionar, cuidar e lavar os carros e não tinha nenhum emprego na cabeça, como virar um doutor ou outra coisa. Meu foco era só o futebol e, como não tinha dado certo, só olhei a oportunidade de estar no estacionamento com a minha família”, continuou sua história de vida.A pandemia se foi e após cinco jogos no Tubarão, em Santa Catarina, Wesley ganhou chance para testes no Flamengo, passou com louvor, se formou, e agora honra a família jogando no gigante carioca e também se tornando jogador da seleção brasileira.“Estou vivendo um bom momento na minha vida. Não posso dizer que não imaginava, eu imaginava porque trabalhei para isso. Ver a torcida do Flamengo, até mesmo os torcedores de outros clubes pedindo minha convocação, eu ficava sem palavras, só olhava e pensava: será que vai acontecer mesmo? Acabou de entrar na minha cabeça. Eu trabalhava para que todo dia a convocação chegasse e enfim chegou.”

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