Camelôs da 44 reclamam de proposta do Paço e pedem funcionamento em horário alternativo

Camelôs e vendedores ambulantes que participaram da audiência pública na Câmara Municipal Municipal nesta segunda-feira, 17, não se empolgaram com a proposta apresentada pela Prefeitura de Goiânia. Segundo trabalhadores ouvidos pela reportagem as opções: aluguel social ou realocação para a Feira Hippie, não abarca a necessidade dos vendedores instalados na Região da 44.

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Representante dos camelôs da Região da 44, Ana Paula Barbosa de Oliveira, diz que encaminhou uma nova proposta para o prefeito Sandro Mabel (UB) em que fosse cobrado uma taxa de funcionamento aos camelôs. “São Paulo legalizou todos os camelôs na rua e eles pagam uma taxa de R$ 111 por mês e isso a gente concorda. Nós já pagamos impostos, geramos renda, giramos a economia”, argumenta. De acordo com ela, são mais de 3 mil camelôs instalados na Região da 44.

Oliveira aponta que mesmo que chamada de taxa de aluguel social, os valores de condomínio e aluguel nas galerias da 44 são muito alto para os camelôs. “Muita gente não tem nem mercadoria suficiente para ir para dentro de uma loja e na Feira Hippie a gente só vai trabalhar três dias”, critica.

“Não vamos simplesmente tirar os camelôs e jogá-los na rua, nada disso”, esclareceu o prefeito. “Fizemos um acordo com todos os lojistas. O camelô que for cadastrado poderá escolher uma galeria para ficar, e vamos dar condições para que ele tenha uma loja. No primeiro momento, ele só pagará o condomínio. Depois de seis meses, pagará apenas 30% do aluguel e 50% do aluguel em seis meses”, explicou.

Também camelô, Lidiane Leão, diz que o plano de retirar os camelôs em até 30 dias é um exagero e cobra de Mabel o cumprimento do plano de governo, que tratava a questão dos camelôs com mais zelo. “Estão agindo com autoritarismo, mas ao invés de retirar, por que não organizar? O plano de governo do Sandro Mabel era organizar, legalizar cada um dos camelôs nos seus pontos, cadastrar com um ponto por CPF e cobrar uma taxa, mas isso não está sendo feito”, lamenta Lidiane.

A trabalhadora diz ainda que a proposta de aluguel social não foi debatida com os donos de galerias da região da 44 e que o fim da Feira da Madrugada pode prejudicar ainda mais os vendedores. “A feira vai das 3h da manhã às 7h30, ela não atrapalha os lojistas. Eu não acho justo a forma como ele está fazendo com os trabalhadores”, questionou.

Prefeitura presente

Representando a Prefeitura de Goiânia durante audiência pública, o secretário de Eficiência, Fernando Peternella, e o secretário executivo da Secretaria de Gestão, Negócios e Parcerias de Goiânia (Segen), José Silva Soares Neto, compareceram a audiência na Câmara de Goiânia. Eles afirmaram que todas as ações que serão tomadas não serão feitas sem diálogos com os camelôs.

“Ontem, no domingo, ele (Mabel) me chamou para a casa dele e convidou o Flávio Rassi (vice-presidente da FIEG) justamente para nos orientar a fazer tudo respeitando vocês. Ele disse que é para fazer tudo com calma, tranquilidade, respeitando e ouvindo vocês”, contou Peternella em sua fala no plenário.

A respeito da solicitação dos ambulantes, a Prefeitura de Goiânia informou que não há prazo para análise da proposta. O secretário de Eficiência deve levar a questão para ser discutida junto ao prefeito.

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