Guerra tarifária de Trump terá impacto negativo na economia global, aponta OCDE

A imagem de uma embarcação enfrentando ondas revoltas serviu para ilustrar relatório divulgado nesta segunda-feira (17) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o desempenho econômico mundial. A previsão geral aponta para queda no crescimento frente ao comportamento errático e despótico de Donald Trump, que vem levando a cabo uma guerra comercial contra outros países.

De acordo com o organismo, o ritmo de crescimento global, de 3,2% em 2024, deverá desacelerar para 3,1% em 2025 e para 3% em 2026. Para fazer tal avaliação, a OCDE considerou a adoção, pelos Estados Unidos, de alíquotas de importação de 25%, conforme Trump vem sinalizando, em meio a anúncios e recuos.

Os que deverão sofrer com maior força essa redução na economia são os vizinhos Canadá — cujo crescimento deverá cair para 0,7%, o que corresponde a menos da metade da previsão feita pela organização no final do ano — e México — que poderá entrar em recessão, com -1,3% neste ano e 0,6% no próximo.

No caso do Canadá, a previsão anterior apontava para um avanço de 2% para este e o próximo ano, enquanto o México poderia ter 1,2% e 1,6% em 2025 e 2026.

Porém, as medidas adotadas por Trump também impactarão os próprios Estados Unidos. Para este ano, a previsão de crescimento do país, de acordo com o relatório, saiu de 2,4% para 2,2% neste ano e de 2,1% para 1,6% em 2026.

Ainda de acordo com a análise, o aumento dos preços básicos se manterá acima das metas traçadas pelos governos para este e o próximo ano em muitos países, incluindo os EUA. Conforme o documento, “o aumento das restrições comerciais contribuirá para custos mais altos, tanto para a produção quanto para o consumo. Continua a ser essencial garantir um sistema de comércio internacional em bom funcionamento e manter os mercados abertos”.

O Brasil, segundo a OCDE, também poderá ter impactos em seu crescimento, devido à taxação sobre o aço e o alumínio, tendo reduções de 0,2 e 0,5 ponto percentual em 2025 e 2026, respectivamente, com crescimentos de 2,1% e 1,4% nesses anos.

Por outro lado, o crescimento da China — que foi de 5% em 2024 e deverá ser de 4,8% em 2025 e 4,4% no próximo ano — deverá compensar, do ponto de vista global, a desaceleração acentuada verificada nos países norte-americanos.

Acima da China, são esperados desempenhos positivos por parte da Índia — avanços de 6,4% e 6,6% neste e no próximo ano — e Indonésia — com 4,9% e 5% em 2025 e 2026.

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