Servidores de Perolândia são investigados por apresentar diploma falso para conseguir incremento no salário

Um grupo de servidores da prefeitura de Perolândia, município a 420 km de Goiânia, é suspeito de compor um esquema envolvendo cursos falsos para aumentar sua gratificação. De acordo com as investigações, 67 funcionários dos 114 servidores do município apresentaram certificados de cursos sem aulas ou professores para conseguir aumento de até 30% em seus salários. 

O caso foi revelado pelo Fantástico e, segundo informou a Prefeitura ao programa, os bônus concedidos foram suspensos. Agora a investigação recai sobre as empresas que fornecem os diplomas falsos. Na maioria dos casos, tudo que era preciso para conseguir a certificação era a realização de uma única prova, que possui duração de poucos minutos. 

As regras para progressão segundo o município de Perolândia definem que o bônus no pagamento tem início com 5% após 180 horas de cursos. O máximo de 30% de aumento salarial se dava após a conclusão de formação de mais de mil horas. As investigações tiveram início após servidores responsáveis pelo registro das bonificações suspeitar da agilidade com a qual alguns colaboradores da prefeitura conseguiam os certificados. 

O Jornal Opção tentou contato com a prefeita de Perolândia e com representantes do município por dias seguidos, mas não houve resposta. O espaço segue aberto. 

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Desdobramento 

O Ministério Público (MP) acionou funcionários da Prefeitura de Perolândia para investigar o caso. Durante os depoimentos, ficou claro que a grande maioria não tinha o menor domínio sobre os temas supostamente estudados. O órgão não trata os servidores como suspeitos, já que a investigação revelou possíveis esquemas ligados aos fornecedores dos diplomas. Conforme revelado pelo Fantástico, um promotor que fez um curso de 272 horas (sob nome falso) concluiu a formação em apenas 13 minutos, reforçando a irregularidade no esquema. 

Um suposto esquema de produção de carteirinhas de estudantes e de diplomas falsos começou a ser investigado em todo o território nacional. As escolas online Escon e Fajon, em São Lourenço (interior de Minas Gerais), são uma das principais investigadas.  

João Renato Antunes de Andrade, Mônica Renata da Silva e os irmãos Fernando e Adriano Fonseca Santos foram apontados como  suspeitos de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Entre 2020 e 2023, os investigados lucraram mais de R$ 17 milhões com a venda de cursos on-line, segundo o Ministério Público. As autoridades acreditam que parte desse valor, aproximadamente R$ 4 milhões, foi lavado por meio de uma fábrica de embalagens de papel vinculada ao grupo, dando aparência legítima ao dinheiro obtido com a venda de carteirinhas estudantis e certificados falsos.

Já a defesa dos acusados sustenta que as escolas não cometeram nenhuma ilegalidade e culpa os próprios estudantes e as entidades que conferem prestígio a esses cursos, muitas vezes sem considerar sua real qualidade.

Agora, os promotores se concentram na catalogação dos documentos apreendidos, incluindo carteirinhas e certificados, que serão enviados aos Ministérios Públicos estaduais para aprofundamento das investigações.

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