Mulheres Sem Terra denunciam agronegócio e defendem nova política agrária

Entre os dias 11 e 14 de março, as Mulheres Sem Terra estão mobilizadas na Jornada Nacional de Lutas de 2025. A iniciativa, que ocorre no contexto do Dia Internacional da Mulher, traz como lema: “Agronegócio é violência e crime ambiental, a luta das mulheres é contra o Capital!”, sintetizando as denúncias contra os impactos do modelo “agro-hidro-mínero-negócio” e reforça a necessidade de transformações estruturais no campo.

Durante a mobilização, mulheres de todas as regiões do país participam de encontros, mutirões de plantio, formação política, marchas e protestos para denunciar os impactos do agronegócio. Entre as principais críticas estão a expropriação de territórios, o uso intensivo de agrotóxicos, a mercantilização da terra e da alimentação, e as desigualdades geradas pelo modelo de produção atual.

A Jornada também marca o início do calendário de lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que tem como um de seus principais objetivos reforçar a necessidade de responsabilização dos grandes conglomerados do agronegócio pelos danos socioambientais causados. Com seus lenços de chita, símbolo de resistência e combatividade, as mulheres se posicionam contra as desigualdades e a exploração do trabalho no campo.

Reforma Agrária Popular como alternativa

A mobilização das Mulheres Sem Terra também busca reafirmar a Reforma Agrária Popular como solução para as crises climática e social. Segundo o movimento, a democratização do acesso à terra e o incentivo à produção de alimentos saudáveis são estratégias essenciais para combater a fome e reduzir as desigualdades no Brasil.

“A Reforma Agrária Popular que defendemos não é apenas um processo produtivo e ambiental, é uma ruptura com todos os elos de dominação e uma práxis permanente rumo à emancipação humana e social — de superação da propriedade privada, da divisão sexual, racial e social do trabalho, das violências e, portanto, livre de todas as formas de dominação por gênero, raça, etnia, orientação sexual, geracional e tantas outras formas que flagelam o ser humano”, afirmam as Mulheres Sem Terra em manifesto divulgado durante a Jornada.

O evento reforça a importância da organização popular e da luta por direitos, fortalecendo o 8 de Março como um marco de resistência das mulheres camponesas no Brasil.

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