Galo é desmontado na Ponte Duarte Coelho

Da Folha de Pernambuco

As primeiras peças do Galo Gigante começaram a ser removidas perto das 8h deste domingo (9), na Ponte Duarte Coelho, bairro da Boa Vista, na área central do Recife.

Símbolo do Carnaval de Pernambuco, a escultura homenageia o maior bloco do mundo: o Galo da Madrugada. Este ano, ele teve 32 metros de altura, cinco metros maior do que nos outros anos.

A alegoria tem, ao todo, 49 partes, entre recortes de garrafas pets, tampas, tecido e muitos outros materiais. Ela foi desenvolvida pelo multiartista Leopoldo Nóbrega e pela designer Germana Xavier.

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Quem realiza o trabalho de montagem e desmontagem do Galo é a EP Engrenagem, que escalou 32 pessoas para fazer o serviço. Segundo Carlos Accioly, diretor da empresa, pelo menos 850 parafusos seguram a estrutura do Galo Gigante.

“Inicialmente, nós tiramos todo o fechamento do Galo [tapumes que protegem o redor da alegoria]. Este ano, o trabalho foi um pouco maior, por causa das flores que precisaram de uma estrutura para segurar essa decoração”, explicou o profissional.

Dinâmica do trabalho

Após a remoção dos tapumes, o guindaste gira o Galo para que ele possa ser abaixado, e assim a pelagem e toda a roupa começa a ser retirada. É o Galo Gigante que vai descansar para o Carnaval do próximo ano.

“É uma desmontagem reversa. As últimas peças que entram no Galo são as primeiras a sair. Ou seja, começamos pelas penas da cauda. É um trabalho extenso. A gente conclui lá para as 18h”, continuou Accioly.

O Galo reinou majestosamente sobre a ponte durante dez dias. Para isso, o trânsito na região foi modificado, uma vez que a Duarte Coelho foi interditada. A partir de hoje, o fluxo volta ao normal no centro do Recife.

Dezenas de pessoas acompanharam o processo, mostrando que a escultura se trata de um evento, desde a montagem.

“É um misto de sentimentos. Felicidade por ter vindo no dia 2 de março, presenciando e vivendo aquele momento, e o sentimento de despedida, porque agora só vamos vê-lo daqui a um ano, se Deus quiser”, frisa a professora Yaci Amorim, de 60 anos. Ela mora em Rio Doce, Olinda, e veio à ponte pedalando.

“A desmontagem chama atenção, também. Tem pessoas que não conseguiram vir para ver a montagem e nem participar do desfile do Galo da Madrugada. Então, hoje, por ser domingo e ter mais gente em casa, elas vêm para ver esse momento”, complementou Amorim.

Estrutura

A alegoria foi 100% reciclável e revestida com mais de 20 mil garrafas PET de dois litros doadas pelo público em mais de 130 pontos de entrega voluntária da Prefeitura do Recife.

Também foram usadas peças confeccionadas de pneus, lonas de outdoor, lonas de cortina, canos PVC e muitos outros equipamentos sustentáveis.

A arrecadação do material que compõe a escultura foi feita em parceria com cooperativas de catadores de recicláveis.

Temáticas abordadas em 2025

• Inclusão social, homenageando a população neurodivergente (TEA);
• Referências ao meio ambiente e aos Jardins Históricos do Recife de Burle Marx;
• Homenagem aos catadores de recicláveis como protagonistas da educação ambiental;
• Figuras lendárias e representativas do Carnaval pernambucano, como os caretas (Triunfo), caiporas (Pesqueira), papangus (Bezerros), caboclos de lança (Nazaré da Mata), “La Ursa” (legado dos povos ciganos em várias cidades pernambucanas) e o próprio “Bacalhau do Batata” (bloco de Olinda que marca o fim do período carnavalesco).

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