Coronel Urzêda: “Precisamos da CEI do Rombo para esclarecer o verdadeiro valor do déficit de Goiânia”

Wellington de Urzêda Mota, o Coronel Urzêda, nasceu em Trindade e foi criado no setor Novo Horizonte, na região Sudoeste de Goiânia, onde desde 1973 mantém raízes. Fez carreira como policial militar: foi diretor-geral da Polícia Penal, comandou a ROTAM, o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), ο 22º BPM (Trindade e Região), o 3º CRPM (Anápolis e Região), e o Comando de Missões Especiais. 

Urzêda tem ainda a educação em seu currículo. Professor universitário licenciado formado em Direito pelo Centro Universitário de Goiás (UNIGOIÁS), é pós-graduado em Direito Administrativo e Constitucional pela PUC-GO e pós-graduado em Gestão Pública pela UFG. Urzêda propõe a criação de Escolas Municipais Militarizadas (cívico-militar), baseadas no modelo do Colégio Militar da PMGO com objetivo de reduzir a criminalidade em áreas vulneráveis.

Na Câmara, ocupa um cargo político pela primeira vez após ser eleito em 2024 com 5.602 votos, mas afirma que sempre foi politizado. No Partido Liberal, o vereador reforça a posição de independência de sua bancada em relação ao Executivo municipal, e trabalha para que o partido cumpra os desígnios de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto em 2026. 

Ton Paulo — Como se deu a decisão de deixar a Polícia Militar para entrar na política?

Eu sempre quis entrar na política, mas nunca comentei isso com ninguém — nem com a minha mãe, nem com a minha esposa e filhos. O meu sonho maior era ser coronel na ativa da PM. Em 2014, a deputada federal Magda Mofatto (atualmente PRD, na ocasião pelo PL) e Flávio Canedo me convidaram para ser candidato a deputado estadual. Fizeram uma pesquisa qualitativa, meu nome apareceu, mas eu não aceitei porque eu era tenente coronel e queria ser coronel.

Fui promovido em 2016. No início do governo Ronaldo Caiado (UB), fui diretor-geral de administração penitenciária, que hoje se chama Diretoria-geral de Polícia Penal. Quando fui para a reserva em 2019 e deixei a Administração Penitenciária em 2020, eu falei pra minha família desse meu sonho. Sempre fui politizado, mas nunca tinha sido político. Assistia a TV Câmara, Federal, TV Senado, TV Assembleia, trabalhei na Assembleia como assistente policial de deputados. 

Trouxe pra minha família essa pretensão e fui candidato a deputado estadual pelo Avante em 2022. O Avante, até então, era um partido de centro. Fui surpreendido quando o então candidato a presidente, André Janones se enveredou para o lado de Lula da Silva (PT) e eu só permaneci no partido porque Thialu Guiotti, presidente do Avante em Goiás, me liberou para apoiar o meu candidato a presidente, que era o Jair Bolsonaro (PL). Fui liberado, meu material de campanha foi feito por mim, com apoio a Bolsonaro mesmo estando no avante.

Vereador Coronel Urzêda em entrevista a Luan Monteiro na redação do Jornal Opção | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Não deu certo porque saí sem nenhuma estrutura, sem conhecer o bastidor de campanha, sem dinheiro. Gastei mais de R$ 30 mil reais e tive 8.566 votos — 4.600 deles em Goiânia. Não é o suficiente para se eleger vereador, mas é o bastante para começar a trabalhar. 

Fui convidado para comentar tecnicamente o caso Lázaro na Rádio Sucesso. Posteriormente, fui efetivado como comentarista político nas segundas-feiras, na apresentação do Jornal da Sucesso, junto com a Ravena Carvalho. Isso me potencializou, tanto é que no início de 2023 fui convidado pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL) e pelo vereador Oséias Varão (PL) para entrar numa chapa de vereador pelo PL em Goiânia.

Aceitei o desafio de ser candidato na eleição a vereador, que dizem ser a mais difícil de todas. Todo mundo conhece um candidato a vereador, mora em um lugar frequentado por vereadores, já foi atendido por um vereador. 

Ton Paulo — O senhor tem uma atuação ligada à segurança pública. Essa deve ser a principal bandeira? Além dela, quais outras pautas te interessam?

Tenho um entendimento clássico do Estado. Para mim, o Estado, quanto menos interferir na economia ou na vida das pessoas, melhor. Por isso, tenho propostas para segurança, educação e saúde, não necessariamente nessa ordem.

Na segurança pública, por exemplo, quero participar da transformação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) em Polícia Municipal; já conversei com o presidente da Câmara Romário Policarpo (Patriota) sobre isso. Como policial militar da reserva, tenho muito orgulho da corporação da PM, que me deu tudo que tenho, mas não tenho ciúmes da GCM, que acredito que deve ser valorizada como Polícia Municipal —  tem bandido para todo mundo, não acredito que deva haver “reserva de mercado”. 

Vou dedicar também emendas impositivas para a proteção dos idosos, das mulheres e das crianças e adolescentes. Acredito que proteger os mais frágeis é um dever que independe de filiação partidária. Esses grupos são os mais suscetíveis à criminalidade. 

“No campo da saúde, Goiânia continua na UTI. Sugeri que cada uma das oito regiões de Goiânia tenha um posto 24 horas de atendimento real”, diz Coronel Urzêda | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

No campo da saúde, Goiânia continua na UTI. Sugeri que cada uma das oito regiões de Goiânia tenha um posto 24 horas de atendimento real. Não é aquela conversa fiada, mas um posto que atenda com pediatra, clínico geral, ginecologista, no mínimo. Se tivermos condições, também um dentista, porque o cidadão que trabalha no comércio, na indústria, na informalidade, ele não tem condição de ir ao dentista de segunda a sexta em horário comercial. Esse é o mínimo que lutarei para aprovar.  

Minhas emendas também vão para a Secretaria Municipal de Saúde aplicar. Fui criado no “Principado” do Novo Horizonte, lá existe o Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams)do Novo Horizonte, que está em reforma. Estive lá recentemente e conversei com o diretor para mandar um mamógrafo e ultrassom para que as mulheres façam exames ali e não precisem ir para as únicas três maternidades municipais. 

Farei o mesmo em outras regiões também, porque eu moro na região Sudoeste, mas sou vereador de Goiânia. Tenho uma ligação com o Principado de Novo Horizonte e vou continuar tendo forever. Fui pra lá em 1973, quando nasceu o setor, e minha mãe mora lá até hoje.

Sou professor licenciado e acredito que a educação é a chave da prevenção criminal. Se você educa a criança, você terá um bom adulto. Não acredito que a solução é só prender bandido, fazer operações, não. Tudo começa com educar as crianças. O professor tem que ser um referencial para a criança, como quando me ensinaram a ler e escrever. 

Por isso, aprovo a Escola Sem Partido. Sem qualquer tipo de ideologia, nem a minha de direita, muito menos a de esquerda. Escola é lugar de começar a viver em sociedade, aprender ciências, teologia, português, matemática. Não é lugar de aprender sexo, ideologias políticas. Então, proponho que se crie em Goiânia a escola cívico-militar municipal, para que a criança de 6 anos possa ter ensino com moral e civismo como os colégios militares do governo do estado têm.

Luan Monteiro —  Goiás tem sido nacionalmente reconhecido pela segurança pública. Acredita que Goiânia ainda tem bairros onde a segurança deva ser tratada com mais atenção?

Aqui em Goiás, bandido nunca fez fama. Em qualquer governo que seja. Isso não é mérito de um governo, isso é mérito das polícias. Desde que entrei na PM, em 1986, bandido aqui não fez fama. Os que tentaram fazer carreira em Goiás, ou estão no presídio ou estão mortos. Se depender da Polícia Militar, da competente Polícia Civil, da Polícia Penal, Técnico-Científica, Federal, Rodoviária Federal e das Guardas Civis, bandidos não vão fazer carreira em Goiás.

Nós ainda não somos o Estado mais seguro do país, nem a capital, mas estamos caminhando neste sentido. No que depender de mim, dentro da minha pequenez como vereador, eu vou fazer de tudo, inclusive com emendas, para transformar Goiânia na capital mais segura do Brasil.

Existem cidades que já integraram todas as câmaras externas, inclusive particulares, no mesmo centro integrado de comunicação e controle da Prefeitura. Sou a favor dessa iniciativa, bem como potencializar o reconhecimento facial de foragidos, o reconhecimento de placas de veículos usados para cometimento de crimes, entre outros.

Ton Paulo — Como está a relação do senhor e do PL hoje com o prefeito Sandro Mabel (UB)? Tem havido uma aproximação?

O prefeito convidou a bancada, portanto os quatro vereadores do PL, para conversar no Paço Municipal. Fomos muito bem recebidos, tivemos ali uma reunião totalmente tranquila, política, e nós ratificamos nossa posição. Não foi o Coronel Urzêda, mas o PL que definiu em conjunto que nós não seríamos oposição nem situação, mas uma bancada independente e que apoiaria os projetos importantes para Goiânia independentemente da autoria do Executivo.

Falamos para o prefeito que poderíamos entregar muito mais pra capital desta forma, porque nossa bancada não solicita qualquer tipo de troca. Seria muito difícil sermos base, porque saímos de um processo político em que o nosso candidato, Fred Rodrigues (PL), foi para o segundo turno contra Sandro Mabel e as pessoas não veriam bem a postura de ir logo para a base do prefeito. 

“Desde que entrei na PM, em 1986, bandido aqui não fez fama. Os que tentaram fazer carreira em Goiás, ou estão no presídio ou estão mortos”, diz Coronel Urzêda | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Temos a nossa cartilha. Eu mesmo já falei: “prefeito, eu não voto em hipótese alguma criação de impostos e taxas porque além de contrariar o estatuto do Partido Liberal isso contraria os meus princípios e valores”. Eu não teria votado a taxa do lixo — muito pelo contrário, já usei a tribuna para solicitar a revogação da taxa. 

Temos nossas demandas junto ao secretariado, que estão sendo atendidas normalmente, como vereadores eleitos pela comunidade que representamos. Esse é o papel do vereador também, não é só legislar, não é só fiscalizar os gastos do Executivo, mas também é ser intermediário do poder público junto à sociedade. Enfim, estamos mantendo uma posição respeitosa, independente. Por sinal, o próprio prefeito está nos tratando assim, com respeito e republicanismo. 

Luan Monteiro — O senhor se posicionou contra a taxa de lixo. A Prefeitura afirma que quando essa nova gestão assumiu, havia uma dívida de mais de R$ 1,5 bilhão — supostamente impagável sem essa nova taxa para a população. Como o senhor vê a questão? Como arrecadar esse dinheiro para solucionar os problemas da cidade sem criação de impostos?

Eu e o vereador Willian Veloso (PL) propusemos no primeiro dia de sessão ordinária desta legislatura a Comissão Especial de Inquérito (CEI) do rombo. Uns falam em R$ 400 milhões, outros em R$ 3 bilhões de rombo. Uns falam que o caixa deixado por Rogério Cruz a Mabel foi menor do que aquele que Iris passou para ele, outros dizem o contrário. 

Temos orçamento previsto de R$ 10,5 bilhões para este ano. Já pagamos impostos demais. Digo isso não apenas como vereador liberal, mas como cidadão de Goiânia desde 1971: a população não é culpada se a administração passada foi ruim, se roubou, se corrompeu, se dilapidou o erário. O povo não tem de pagar mais impostos pela má gestão.

O que tem de acontecer é o que o governo não costuma fazer no Brasil: cortar mordomias, salários, diminuir comissionados, aceitar que terá de se adequar e só depois pensar em arrecadar mais. 

Ton Paulo — Além da Cei do Rombo que o senhor comentou, há ainda a Cei da Saúde, que o vereador Vitor Hugo (PL) tenta emplacar. A população tem a impressão de que as Cei sempre acabam em pizza. A última, Cei da Comurg, presidida pelo vereador Ronilson Reis (SD) não deu em nada. O senhor não acha que a Cei do Rombo pode ter o mesmo destino?

A Cei da Comurg foi feita para sangrar o prefeito Rogério Cruz; isso todo mundo sabe. Foi uma chantagem em busca de cargos. Agora, estamos iniciando o mandato e, tanto a Cei do Rombo quanto a da Saúde têm objetivos diferentes. Não se busca cobrar cargos do prefeito, que está assumindo agora. Não terminaria em pizza porque o objetivo seria realmente investigar. 

Eu concordo com você que a maioria das pessoas, infelizmente, tem na cabeça essa conotação negativa das Comissões de Inquérito. Mas comigo não tem negociata; comigo é preto no branco. E também não tenho intenção de perseguir ou ridicularizar representantes do poder público; cada um responde pelos seus atos.

Já conversei com Sandro Mabel e com o presidente da Câmara, Romário Policarpo, sobre isso. O prefeito tem receio de que as pessoas confundam — pensem que o rombo é culpa dele. Não é; o rombo é da administração passada. Mas eu, que sou vereador, não sei qual rombo. Já me falaram todo tipo de valor, logo dirão que é R$ 10 bilhões. Acredito que seria importante para o prefeito falar. Mas, de repente, não interessa divulgar o verdadeiro valor. 

O prefeito tem receio de que as pessoas pensem que o rombo é culpa dele. Não é; o rombo é da administração passada. Mas mesmo eu, que sou vereador, não sei o valor do rombo

Bonny Fonseca — Essa investigação seria um receio de quem participou da gestão passada na própria Câmara? Percebemos um temor dos vereadores de explicitar suas emendas para além do que é publicado no orçamento. 

Não acredito que seja o caso, porque a Cei, para ser criada, precisa ter alguns pressupostos, como um prazo e objeto definido. Não especificamos no conceito da Cei do Rombo que emendas de ex-vereadores seriam objeto de análise. Até porque a emenda impositiva pertence ao parlamentar, a Prefeitura apenas executa. A maioria dos vereadores reeleitos são da base do prefeito Rogério Cruz e são da base do prefeito São Mabel, mas são administrações totalmente diferentes.

Bonny Fonseca — Há uma comissão na Câmara, que nunca funcionou, para acompanhamento de emendas. Como vê o funcionamento atual do pagamento das emendas impositivas? Há um decreto da Prefeitura para colocar novos critérios no pagamento das emendas.

Isso é um estresse para o vereador: a emenda não pertence ao Executivo, ela é impositiva, ou seja, pertence ao mandato do vereador. Se eu não estiver equivocado, para esse ano são R$ 5 milhões em emendas. Os vereadores já têm critérios a cumprir, com porcentagem a ser destinada à saúde, por exemplo. O decreto gerou, sim, uma animosidade nos vereadores. O governo municipal pode fazer modificações, mas através de lei, conversando com os parlamentares, mas criar unilateralmente um decreto deve criar estresse. Eu acho que mudanças têm que ser “a quatro mãos”, Câmara e Paço, porque quanto mais transparência, melhor. 

Eu sou de um partido de direita, que prega princípios e valores inarredáveis. Então, vou cumprir a regra do jogo seja ela qual for. Aquilo que eu entender que extrapolou a ação do prefeito (porque os poderes são autônomos, independentes e harmônicos), pode ser judicializado. O vereador pode entrar na justiça se entender que teve seu mandato ferido. 

Ton Paulo — Como o senhor avalia as movimentações da Prefeitura para reestruturar a Comurg? O aporte de R$ 190 milhões foi publicado na última semana e não passou pela Câmara, não é?

O decreto do estado de calamidade financeira permite que a Prefeitura possa fazer algumas coisas independentemente da Câmara. Eu, particularmente, não concordo. Acho que o lugar de discutir é no Parlamento. Nada tem de ser feito no afogadilho. Sei que não se pode ficar oito meses discutindo cada coisa, e entendo que parte desse valor é para pagar FGTS daqueles aposentados que estão lá há anos. Mas eu acho que grandes movimentações têm de passar pela Câmara.

Se justifica dizendo “passou pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM)” — o TCM é um órgão auxiliar, um órgão técnico. O órgão político, o órgão decisivo é a Câmara Municipal. Tanto é assim que quem julga as contas do prefeito não é o Tribunal, é a Câmara. O secretário da Fazenda tem dito que também vai aportar no Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas) e, pelo jeito, não vai passar por nós também. Então, pra que serve o poder legislativo? Nem tudo que é legal é moral.

Coronel Urzêda: “A direita tem bons nomes; a esquerda tem apenas Lula” | Foto: Guilherme Alves / Jornal Opção

Ton Paulo — Recentemente, o senhor participou de uma reunião em Brasília com membros do PL, junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Daniel Agrobom, Wilder Morais e outros. Como foi essa reunião? Do que trataram?

Tivemos um primeiro com o Valdemar Costa Neto, Presidente do PL nacional. Ele deixou bem claro que a executiva estadual, presidida pelo Senador Wilder Morais é que vai levar à cabo as questões de composição das chapas em 2026. Com a orientação do nosso presidente de honra, que é o presidente Bolsonaro, Valdemar vai interferir diretamente nos nomes que concorrerão ao Senado em todos os estados do Brasil, e Goiás não está fora.

O presidente Bolsonaro corroborou a confiança que tem no presidente estadual da sigla, que é o senador Wilder Morais, e no presidente municipal, o deputado federal Gustavo Gayer. Pessoalmente, acredito que, abaixo do presidente Bolsonaro, as maiores expressões políticas do Brasil hoje são os deputados federais Gustavo Gayer e o deputado Nikolas Ferreira, um goiano e um mineiro.

Então, nós fomos muito bem recebidos e ficou claro que o presidente Bolsonaro deixou nas mãos da executiva estadual a composição das chapas. O senador Wilder nunca havia colocado seu próprio nome para nada. Nós do PL lançamos ele como pré-candidato ao governo.  Ele é muito de bastidor, muito discreto.  No dia daquela visita, ele teve um ânimo, porque todo o PL estava lá presente, e então aí sim ele aceitou, nesse dia, o desafio de ser pré-candidato ao governo de Goiás.

Ton Paulo — Como Bolsonaro vê esse projeto? Ele incentiva? Deu sinal verde para Wilder ou ainda não?

Em nossa reunião, Bolsonaro disse estar com a executiva, disse que vai estar conversando, e não se pronunciou definitivamente. Nesse mesmo dia, Fred Rodrigues colocou seu nome à disposição para o Senado. Até então, se falava em Gustavo Geyer. Outras pessoas também, como Oséias Varão; Vitor Hugo inclusive já tinha feito reuniões para tentar se colocar à disposição. Mas nada disso está sendo tratado ainda. Hoje, não está definido. Tudo isso será resolvido com o Presidente Bolsonaro no momento certo.

Por enquanto, pelo que nós conversamos com o presidente Valdemar e Bolsonaro, o PL deve sair como cabeça de chapa para o governo do Estado com uma ou duas vagas de senadores. Uma vaga deve ser do deputado federal Gustavo Gayer.  Se forem duas vagas, a outra pode ser de Fred Rodrigues, Oséias Varão ou Vitor Hugo. O presidente Bolsonaro deixou bem claro que os candidatos que usarem o número 222 serão aqueles de escolha pessoal, individual, do presidente Bolsonaro. Mas acredito que, em Goiás, ambos serão de sua escolha. 

Ton Paulo — Como o senhor avalia a possibilidade de o PL compor em 2026 com o MDB de Daniel Vilela?

Daniel Vilela deve assumir no final de fevereiro, começo de março do ano que vem, com Ronaldo Caiado se afastando para se dedicar a seu projeto na Presidência da República. Acho muito difícil que Daniel Vilela vá querer ser vice em uma chapa do PL. Eu imagino que nós vamos ter candidato a governador pelo PL usando 22.

Ton Paulo — O ex-presidente Jair Bolsonaro diz que ele é o plano A, B e C, que será o candidato a presidente da República. Mas sabemos que ele está inelegível e há possibilidade de que ele não consiga reverter essa inelegibilidade. Caso isso ocorra, quem que deve ser o candidato?

O presidente Bolsonaro é o nosso pré-candidato a presidente da República. Inelegível o Lula também estava, e muito mais do que isso, ele estava preso. Corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Eu reconheço o Lula como líder da esquerda; o Lula tem sua força. Preso, dentro da cela, levou o Haddad para o segundo turno. Bolsonaro é o nosso pré-candidato a presidente da República em situação muito mais confortável.

Se ele não se tornar elegível ou re-elegível, ele vai indicar alguém e nós vamos caminhar com esse alguém. Hoje, essa pessoa não existe, porque Bolsonaro é o plano B. Mas eu tenho certeza que, se Bolsonaro não for candidato, quem quiser ser presidente do Brasil pela direita obrigatoriamente precisará do apoio de Bolsonaro. Sem o apoio de Bolsonaro, ninguém que se diz da direita tem condição de ir sequer para o segundo turno.

Vereador Coronel Urzêda: “Se por revanchismo, vingança e perseguição fizerem justiçamento contra Bolsonaro e o prenderem, será o maior tiro no pé da história, porque Bolsonaro vai se tornar um mártir vivo” | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

Então, se eu fosse pré-candidato a Presidente da República, eu estaria próximo do Bolsonaro. Se ele não conseguir se tornar elegível novamente, ele vai ter um candidato, e pode ser alguém que a gente nem está pensando. A direita tem bons nomes; a esquerda tem apenas o Lula. 

A direita tem Eduardo Bolsonaro (PL), Flávio Bolsonaro (PL), Michelle Bolsonaro (PL), Ratinho Júnior (PSD), Romeu Zema (Novo), Tereza Cristina (PP), Ronaldo Caiado. Se Lula não for candidato, não há nomes.

Ton Paulo — E se for preso?

Se por acaso, por revanchismo, vingança, perseguição, fizerem justiçamento contra Bolsonaro e o prenderem, será o maior tiro no pé da história da esquerda no mundo, porque Bolsonaro vai se tornar um mártir vivo. Vai ser um Midas, onde tocar vai virar ouro. Se diz que a situação seria diferente daquela vivida por Lula, pois o supremo não permitiria Bolsonaro conceder entrevistas preso como Lula pôde fazer, mas sua voz será ecoada pela Michelle, pelo Eduardo, pelo Flávio, pelo Gayer, pelo Nikolas, pelo Wilder, pelo Urzêda e outros tantos. 

Essa eleição foi muito párea, foi definida com um por cento de diferença. O Brasil está dividido e vai continuar dividido politicamente. 

Juridicamente, a prisão do presidente Bolsonaro é um ato impossível, porque ele não cometeu crime, ele não fez golpe sem armas. O que diz o Código Penal no artigo 14? “Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”. Que tentativa de golpe é essa, sem ninguém no Palácio, com o presidente Lula viajando para São Paulo e com o presidente Bolsonaro em Miami?

O post Coronel Urzêda: “Precisamos da CEI do Rombo para esclarecer o verdadeiro valor do déficit de Goiânia” apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.