Gelo nas regiões polares atinge a menor extensão já registrada

A cobertura global de gelo marinho atingiu um nível mínimo histórico em fevereiro de 2025, conforme anunciado pelo observatório climático europeu Copernicus nesta quinta-feira, 6. O fenômeno ocorre em um contexto de temperaturas extremamente elevadas, com registros de até 11°C acima da média no Polo Norte, reforçando a tendência de aquecimento global que persiste nos últimos anos.

De acordo com os dados divulgados pelo Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas da União Europeia, a extensão global do gelo marinho atingiu apenas 16,04 milhões de quilômetros quadrados em 7 de fevereiro, o menor valor já registrado. A combinação de medições feitas por satélite no Ártico e na Antártica revelou que, ao longo de todo o mês, a extensão do gelo permaneceu abaixo do recorde anterior, registrado em fevereiro de 2023.

No Ártico, a redução da camada de gelo foi de 8% em relação à média para o mês, configurando a menor extensão já registrada nesse período, que tradicionalmente marca o máximo de sua cobertura. A Antártica, por sua vez, apresentou uma queda ainda maior, com um nível 26% inferior à média histórica para fevereiro. Caso a tendência persista e um novo recorde seja registrado em março, o continente atingirá a segunda menor extensão de gelo já documentada em qualquer mês do ano.

Segundo a responsável estratégica pelo clima no Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, Samantha Burgess, os resultados reforçam a sequência de temperaturas recordes observadas nos últimos anos. “Uma das consequências de um mundo mais quente é o derretimento do gelo marinho, e o recorde ou quase recorde de baixa cobertura de gelo marinho, em ambos os polos, empurrou a cobertura global de gelo marinho para um mínimo histórico”, destacou.

O derretimento do gelo marinho tem consequências para o clima global, impactando diretamente ecossistemas locais e padrões climáticos em todo o planeta. À medida que a superfície branca e reflexiva do gelo é substituída pelo oceano escuro, há um aumento na absorção da energia solar, acelerando ainda mais o aquecimento global.

Temperaturas em alta e impactos no clima global

Além do recorde de redução do gelo marinho, fevereiro de 2025 também foi o terceiro mês de fevereiro mais quente já registrado. A temperatura média global do ar na superfície foi de 13,36°C, representando um aumento de 0,63°C em relação à média do período entre 1991 e 2020. Em comparação ao nível pré-industrial (1850-1900), o mês ficou 1,59°C acima da média, marcando o 19º mês dos últimos 20 em que a temperatura global do ar superou a marca de 1,5°C acima do período pré-industrial.

Os oceanos também refletem essa tendência. A temperatura média da superfície do mar ficou em 20,88°C, o segundo maior valor já registrado para o mês de fevereiro, ficando apenas 0,18°C abaixo do recorde de 2024. Essa elevação afeta diretamente a biodiversidade marinha, intensifica eventos climáticos extremos e contribui para o agravamento da crise climática global.

Chuvas irregulares e impactos regionais

Os dados do Copernicus indicam que a Europa enfrentou chuvas abaixo da média em grande parte de seu território, com índices de umidade do solo reduzidos na Europa Central e Oriental, no sudeste da Espanha e na Turquia. O tempo também esteve mais seco do que a média em diversas regiões do mundo, incluindo América do Norte, Ásia Central e Austrália.

Na América do Sul, a Argentina registrou incêndios florestais em áreas impactadas pela seca prolongada. Esses eventos reforçam os impactos de um clima mais quente e seco, aumentando o risco de desastres naturais e ameaçando a segurança alimentar e hídrica em diversas partes do planeta.

Leia também:

Bancos irão excluir chaves Pix de pessoas e empresas com irregularidades na Receita

Mabel lança Brilha Goiânia, primeira etapa do Programa Cidade Inteligente e prevê nova fase em junho

O post Gelo nas regiões polares atinge a menor extensão já registrada apareceu primeiro em Jornal Opção.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.