Mulheres tomam as ruas no 8M por direitos, democracia e justiça

Nesta sexta-feira, 8 de março, mulheres de todas as regiões do Brasil se mobilizam para ocupar as ruas em defesa de seus direitos, em uma grande manifestação que marca o Dia Internacional das Mulheres. Com o lema “Pela vida de todas as mulheres, ‘ainda estamos aqui’; pela redução da jornada de trabalho, sem redução de estresse; e pela democracia – sem anistia para os golpistas”, o ato reforça a necessidade de continuar a luta contra a violência de gênero e por condições dignas de trabalho.

O movimento, convocado por diversos coletivos feministas, inclui pautas fundamentais como a luta pela igualdade salarial, o combate à violência e ao assédio no mundo do trabalho, a implementação da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a política de cuidados com base na Convenção 156 da OIT, e os direitos reprodutivos das mulheres, incluindo a descriminalização do aborto. Além disso, a importância da 5º Conferência de Políticas Públicas para as Mulheres também será um dos temas da mobilização.

A resistência das mulheres: uma luta histórica

A luta das mulheres por direitos é histórica e tem raízes profundas. Como relembra o Manifesto da União Brasileira de Mulheres (UBM), a feminista e sufragista alemã Clara Zetkin defendeu em 1910 a criação de uma data para marcar a luta contra a opressão e a exploração capitalista. Inspiradas nessa trajetória, milhares de mulheres brasileiras seguem nas ruas para fortalecer a democracia e resistir aos ataques da extrema-direita.

“Nosso slogan ‘por um mundo de igualdade, contra toda opressão’ permanece atual entre nós, como forma de ampliar nossa luta contra a exploração capitalista, a dominação patriarcal, racista e fascista”, declara o manifesto da UBM.

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A organização também enfatiza a urgência de combater os retrocessos políticos e sociais. “No Brasil, não abrimos mão da prisão do inimigo das mulheres, o golpista genocida e seus aliados. É necessário repetirmos com firmeza: sem anistia para golpistas, Bolsonaro na cadeia!”, reforça o documento.

A desigualdade e os desafios diários

Apesar de avanços legislativos, as mulheres seguem enfrentando desafios diários. A desigualdade salarial, por exemplo, ainda é uma realidade: as mulheres recebem, em média, 30% a menos do que os homens para exercer as mesmas funções. A sobrecarga de trabalho doméstico e a precarização das condições de vida também pesam, atingindo principalmente mulheres negras, indígenas, periféricas e pobres.

Além disso, a violência contra a mulher continua alarmante. O Brasil registra altos índices de feminicídio, e os atos do 8M reforçam a necessidade de medidas mais eficazes para garantir a segurança das mulheres. “Seguimos desafios diários, e não podemos permitir que casos de feminicídio e outras formas de violência contra mulheres se tornem banais. Devemos continuar firmes, denunciando e combatendo os retrocessos”, alerta o documento.

Confira abaixo os atos 8M todo o Brasil:

Região Sudeste

  • São Paulo (SP) – 14h no Vão Livre do MASP, Avenida Paulista
  • Campinas (SP) – 09h no Largo do Rosário
  • São Caetano do Sul (SP) – 9h na praça da Matriz
  • Baixada Santista (SP) – 16h na Praça 19 de Janeiro (Praia Grande)
  • Guarulhos (SP) – dia 23/03 – 9h no Calçadão Dom Pedro
  • Sorocaba (SP) – 9h Praça Frei Baraúna (Fórum velho)
  • São José dos Campos (SP) – 9h, na Praça do Sapo (Praça João Mendes)
  • Belo Horizonte (MG) – 8h na Praça Afonso Arinos
  • Rio de Janeiro (RJ) 10/03 – 16h na Candelária

Região Sul

  • Curitiba (PR) – 10h em frente à estátua de Enedina Alves (Boca Maldita)
  • Porto Alegre (RS) – 9h na Glênio Perez
  • Novo Hamburgo (RS) – 14 na Praça dos Imigrantes
  • Passo Fundo (RS) – 16 na Praça da Cuia
  • Lajeado (RS) – 16h na Praça do Dick
  • Florianópolis (SC) – das 10h no Largo da Alfândega
  • Blumenau (SC) – 16h no Parque Ramiro
  • Criciúma (SC) – 8h30, carreata partindo de Forquilhinha
  • Chapecó (SC) – 9h na Praça Coronel Bertaso
  • Jaraguá do sul (SC) – 8h no Terminal Urbano, Praça Meia Lua, Praça Ângelo Piazera e outras áreas centrais
  • Joinville (SC) – 4h na Praça da Estação/Praça Monte Castelo

Região Centro-Oeste

  • Brasília (DF) – 13h na Torre de TV
  • Goiânia (GO) – 9h na Praça do Botafogo
  • Campo Grande (MS) – 15h na Esplanada Ferroviária

Região Nordeste

  • Mossoró (RN) – 7h no Centro Feminista 8 de Março
  • Recife (PE) – 15h no Parque 13 de Maio
  • Cabo de Santo Agostinho (PE) – 15h na Praça do Jacaré  
  • Fortaleza (CE) – 16h na Praça do Ferreira

Região Norte

  • Belém (PA) – 8h no Boulevard da Gastronomia, Esquina da Av. Presidente Vargas

A lista poderá ser atualizada à medida que novos atos forem confirmados.

Por um mundo mais justo e igualitário

Os atos deste 8 de março reafirmam a luta das mulheres por um mundo mais justo e igualitário. “Ainda estamos aqui, na defesa da democracia, de um Brasil que respeite a vida e garanta os direitos de todas as mulheres, do campo e da cidade; negras e indígenas; lésbicas, bissexuais e transexuais; imigrantes; mulheres com deficiência e mães atípicas; trabalhadoras e mulheres em situação de rua”, destaca a UBM.

A luta feminista segue sendo antirracista, anticapitalista, anti-imperialista e antipatriarcal. A reivindicação é clara: nenhum direito a menos e avanços rumo à igualdade de gênero. Neste 8M, as mulheres ocupam as ruas para garantir que sua voz continue ecoando, transformando o presente e construindo um futuro melhor para todas.

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com agências

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