Denúncia da PGR: termina à meia-noite prazo para defesa de Bolsonaro

Termina à meia-noite desta quinta-feira (6) o prazo para Jair Bolsonaro apresentar sua defesa no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) na qual o ex-presidente e mais 33 pessoas são denunciadas pelo crime de tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro foi acusado de liderar organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, e dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União. Se condenado, ele pode pegar até 39 anos de prisão.

De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro também sabia e concordou com o plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

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Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro se tornará réu numa ação penal que será julgada pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes (relator), Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.

A estratégia dos advogados do ex-presidente será acusar o procurador-geral da República Paulo Gonet e o ministro Alexandre de Moraes de forjar provas a partir da deleção de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A expectativa é que eles peçam a anulação da delação e o impedimento do ministro do Supremo Flávio Dino, que vai presidir a Primeira Turma a partir de outubro, quando o mérito da ação poderá ser julgado.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já rejeitou um pedido da defesa de Bolsonaro para afastar três ministros da Primeira Turma: Moraes, Dino e Zanin.

De acordo com matéria do Valor, Bolsonaro vai alegar na sua defesa que sofre perseguição do “sistema” e que sua vida está ameaçada, pois uma condenação significaria morrer na prisão.  

Ou seja, Bolsonaro quer explorar a condição de vítima como fez no caso da facada que sofreu na campanha de 2018. Mesmo na situação de réu, estão nos planos do ex-presidente viajar pelo Nordeste para aproveitar a queda na aceitação pública do seu principal adversário, o presidente Lula.

O veículo ouviu a antropóloga Isabela Kalil, professora universitária e coordenadora do Observatório da Extrema Direita. Para ela, o “uso dessa fórmula tem um enquadramento de teoria da conspiração e narrativa persecutória, jogando com a ideia de lutar contra ‘forças ocultas’ que querem calá-lo e eliminá-lo”. “Trump também maneja essa tática de criar inimigos comuns. São narrativas que mobilizam muito”, prossegue a professora.

Outra fonte ouvida pelo jornal, a antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, diz que Bolsonaro “dobrará a aposta na vitimização”, porque “o papel de herói é o único que lhe resta” no atual cenário. “Mas estruturas fanáticas não se sustentam por muito tempo. Seitas se desfazem, e um bolsonarismo radicalizado pode acabar se encolhendo”, diz ela.

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