‘Existe uma pressão da bancada para que eu reúna o partido e tome a decisão’, diz presidente do PP sobre deixar o governo Lula


Ex-ministro de Bolsonaro, senador define que partido não estará no palanque de Lula em uma eventual tentativa de reeleição de 2026. “O PP, como partido político, nós nunca tomamos a decisão de apoiar este governo, indicar alguém”, disse. Ciro Nogueira durante entrevista ao Estúdio i, na GloboNews.
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Senador e presidente do Progressistas (PP), Ciro Nogueira (PI) fala em entrevista ao Estúdio I, da Globo News, sobre a possibilidade de o partido desembarcar do governo Lula (PT). Integrantes do governo temem uma eventual saída do PP arraste outras siglas para fora da gestão Lula 3.
Segundo Nogueira, o PP “nunca” entrou como base governista e que André Fufuca (RJ), que comanda o Ministério do Esporte, aceitou um convite pessoal de Lula.
“Tem aumentado muito a pressão dentro do nosso partido… Não digo nem de desembarcar do governo porque nós nunca entramos. O PP, como partido político, nós nunca tomamos a decisão de apoiar este governo, indicar alguém”, disse Nogueira. “Existe uma pressão da bancada para que eu reúna o partido e tome a decisão”.
Para Ciro Nogueira, Lula tomou a decisão de “governar para o seu partido” ao indicar novos ministros do PT para o governo federal e cogitar nome de aliados à esquerda, como Guilherme Boulos (PSOL) e que “não está pensando na maioria da população, de unificar o país, de tentar governar para a maioria”.
O presidente do PP cravou que seu partido não apoiará Lula para uma eventual reeleição em 2026 e inclui na lista de possíveis siglas que deixem de apoiar Lula, mesmo com ministérios, o PSD, o União Brasil e o Republicanos.
“Eu acho muito difícil, impossível, que estes quatro partidos estejam com Lula na eleição de 2026. O meu, com certeza não estará”, afirma.
Queda de popularidade de Lula
A chance de o PP deixar o governo cresceu após a virada do ano, sem que uma reforma ministerial ocorresse de forma mais rápida — Lula optou por trocas a conta gotas –, e com a deterioração da aprovação do petista, conforme recentes pesquisas de opinião.
O PP comanda a pasta dos Esportes, mas tem sinalizado que pode pular fora do barco da situação. Aliados de Lula defendem que o presidente faça acenos ao Centrão e promova novas mudanças em seu ministério para contemplá-los.
Até o momento, Lula trocou dois ministros: tirou Alexandre Padilha (PT) da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) e o colocou no Ministério da Saúde, no lugar de Nísia Trindade. Gleisi Hoffmann (PT) foi para a SRI.
Antes, Sidônio Palmeira assumiu como ministro da secretaria de Comunicação na vaga deixada por Paulo Pimenta (PT).
Um nome cotado é o do deputado Guilherme Boulos (PSOL) para ocupar a Secretaria-Geral da Presidência da República, que é cobiçada por outros partidos. Aliados de Lula consideram que colocar Boulos no governo é um erro crasso.
União Brasil já fala em 2026
Além do PP, outro partido que cogita sair do governo é o União Brasil, que tem três pastas e está às voltas com a pré-candidatura de Ronaldo Caiado, governador de Goiás, à presidência em 2026.
Ao blog, Caiado confirmou que lançará a pré-candidatura à presidência em 4 de abril, em Salvador, na Bahia. O cantor Gusttavo Lima estará presente. Gusttavo, bem avaliado em pesquisas de intenção de voto para presidente, é tido também como potencial candidato para o Senado.
“Dia 4 de abril vou receber o título de cidadão baiano e vou lançar minha pré-candidatura. Gusttavo Lima estará lá e vamos juntos caminhar […]. Entenda que as decisões serão tomadas no decorrer da campanha. Uma decisão está tomada: nós andaremos juntos. Gusttavo Lima e Caiado”, disse o governador.
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