Idosa de 93 anos arrasta foliões com seu pandeiro no carnaval de Jundiaí: ‘Me sinto realizada’


Ao g1, Dona Inezinha contou sobre a sua paixão pelo carnaval e pelo instrumento que a acompanha há décadas. Idosa de 93 anos, agita bloco de carnaval em Jundiaí (SP), a mais de 30 anos
Reprodução
Uma paixão de tantos carnavais, com mais de 90 anos, Dona Inezinha tem feito do seu pandeiro seu grande companheiro, embalando e puxando os ritmos para os foliões de Jundiaí (SP). Na sexta-feira (28), Dona Inezinha escreveu mais uma vez seu nome na história ao desfilar pelas ruas com tradicional Bloco Refogado do Sandi.
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Em conversa com a TV TEM, a idosa contou sobre a sua paixão pelo instrumento, que, desde 1950, faz parte de sua vida e como todas as paixões, ela acredita que os encontros acontecem por acaso.
“Meu papai um dia comprou um pandeirinho e então levou para o meu sobrinho, e ele ficava em casa. Minha irmã, com meu sobrinho, vinha almoçar aos domingos com a gente. Um dia, meu avô – pai da minha mamãe – também estava almoçando em casa e, depois da refeição, peguei o pandeiro e comecei a tocar. E meu avô, vendo, disse: ‘Nossa, você está tocando direitinho’ .Eu fiquei tão empolgada com aquilo que não parei mais de tocar”, contou.
Ao g1, Dona Inezinha contou como é poder participar de mais uma festa popular que é o carnaval e de puxar os foliões. “Para mim, é maravilhoso! Apesar dos meus 93 anos, ainda estou com disposição para participar do carnaval. E toda vez que eu participo, eu me sinto realizada”, disse emocionada.
Dona Inezinha do pandeiro e os foliões no carnaval de Jundiaí (SP), na sexta-feira (28)
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Para Dona Inezinha, poder ajudar a contar a história do carnaval de Jundiaí é maravilhoso. Ela lembra ainda que também tem orgulho de fazer parte de outros movimentos culturais da cidade.
“Fazer parte do Carnaval de Jundiaí, para mim, é gratificante. Não só participar em clubes, no Carnaval de Rua, em lanchonetes, em todos os lugares onde eu vou, então me sinto realizada”, diz.
Uma energia que, segundo Dona Inezinha, vem dos céus, mas que tem uma grande ajuda dos sons do seu pandeiro, o que proporciona a ela mais vontade de viver. “Eu agradeço a Deus diariamente pela energia, por essa disposição que eu tenho em tocar pandeiro, não só no Carnaval, mas em outras oportunidades também que se apresentam. E com isso, me sinto muito feliz.”
O músico e participante do bloco, Tom Nando, comentou sobre a amizade de Dona Inezinha. “Ela é uma grande amiga, a questão da idade é só número. Ela é uma pessoa que se entrosa com a moçada e que todo mundo ama”, contou.
Pandeirista de 93 anos é destaque em bloco de rua de Jundiaí
O compositor Edu Ceroni também comentou sobre a importância da participação de Dona Inezinha, destacando que, além de ser uma artista do bloco também já foi tema musical.
“Dois sambas do Refogado falam dela. Tem um que o Erazê Martinho (criador do bloco) escreveu, que diz: ‘De janeiro a janeiro, Ineizinha do Pandeiro’, simplesmente sensacional. Dona Inezinha tem toda a história do bloco na veia.”
Por fim, Dona Inezinha deixou um recado: “Divirtam-se bastante, aproveitem bem o nosso carnaval, mas sem excesso, com muita moderação”, aconselha.
* Sob a supervisão de Mariana Bonora
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