Presidente da Jovem vira réu por brigas de torcida: ”O fato de sofrer agressão não isenta de responsabilidade”

Por Diario de Pernambuco

O juiz Paulo Victor Vasconcelos de Almeida, da 11ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, aceitou denúncia contra o presidente da Torcida Jovem do Leão, João Victor Soares da Silva, conhecido como “Playboy” ou “Cash”, de 28 anos, nesta quinta-feira (26). Outros dois integrantes da organizada também viraram réus.

Além do presidente da Jovem, Thyago Mendes Barbosa, o “TH”, de 34, e João Victor Antônio da Silva, o “Vida”, de 24, são acusados de fazer parte do grupo que provocou o confronto com membros da Explosão Coral, a principal organizada do Santa Cruz, no dia 1º de fevereiro. O conflito aconteceu horas antes do Clássico das Multidões.

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Com pancadaria e até crime sexual, as cenas de barbárie foram registradas na Rua Real da Torre, na Madalena, Zona Norte do Recife. Na ocasião, os réus terminaram espancados e tiveram que ser socorridos às pressas no Hospital da Restauração (HR), onde foram presos em flagrante.

Na decisão, o magistrado avaliou que a violência sofrida pelos réus demonstraria a participação deles no episódio. “O fato de os acusados sofrerem agressões físicas durante o confronto não os isenta da responsabilidade penal pelos atos supostamente por eles praticados”, registrou.

“Ao revés, pontuo que as agressões suportadas pelos acusados demonstram sim o seu envolvimento nos conflitos que ocorreram longe dos locais dos eventos esportivos. Não há relatos nos autos de agressões ou violência praticada contra torcedores fora da zona de conflito, o que denota, repise-se, que os acusados participaram ativamente dos conflitos”, disse.

O juiz considerou, ainda, que o presidente da Jovem e Thyago já respondem a outros processos, incluindo de casos ligados a violência das organizadas. Os três réus tiveram a prisão preventiva mantida.

O trio responde pelos crimes de associação criminosa, desobediência, emprego de artefato explosivo e promoção de tumulto, com participação em briga de torcida.

Na denúncia, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) afirma que eles teriam sidos responsáveis por planejar e provocar “uma rixa de grande proporção”, que resultou em “agressões físicas” e “dano ao patrimônio público”.

“Os atos configuram a prática de terrorismo, haja vista que os atos de violência cometidos por esses grupos não são o objetivo principal, mas apenas o meio que eles utilizam para disseminar o pânico, o medo, o terror não só entre eles, mas em toda pessoa que nutra simpatia por algumas das equipes de futebol do Estado”, registrou o MPPE, na ocasião.

Nos autos, a defesa do presidente da Jovem alega que ele, na verdade, teria sido vítima de homicídio. Em interrogatório, os outros dois acusados também negaram os crimes.

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