ICMBio revela presença de 290 espécies exóticas invasoras em unidades de conservação brasileiras

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) divulgou uma lista com 290 espécies exóticas invasoras identificadas em unidades de conservação federais no Brasil. O levantamento aponta que 72,3% das UCs analisadas abrigam essas espécies, sendo 128 da fauna e 162 da flora.

Entre as espécies vegetais mais registradas estão a mangueira (Mangifera indica), o capim-gordura (Melinis minutiflora) e o capim-colonião (Megathyrsus maximus), que competem por recursos com a vegetação nativa e favorecem incêndios florestais. No grupo dos animais, destacam-se a abelha (Apis mellifera), o pardal (Passer domesticus) e o camundongo (Mus musculus), que podem causar desequilíbrios ecológicos ao competir com espécies nativas.

A APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná lidera os registros de fauna, com 32 ocorrências, enquanto o Parque Nacional de Brasília apresenta o maior número de registros de flora, com 31 espécies invasoras.

A coordenadora de Manejo de Espécies Exóticas Invasoras (CMEEI), Tatiani Chapla, explica que o processo para atualização da lista iniciou em janeiro de 2024 e envolveu onze Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação do ICMBio. Toda a equipe da CMEEI, com apoio de cinco voluntários, realizou a triagem e validação de 60.306 registros de diversas fontes, incluindo consulta ampla, consulta direcionada e bancos de dados do Instituto e parceiros.  

Saiba mais sobre o estudo

O estudo revelou que 98,15% das espécies exóticas invasoras vegetais ocorrem em ambientes terrestres. No caso da fauna, 48,44% foram identificadas em ambientes de água doce, 28,13% em áreas terrestres e 23,44% em ecossistemas marinhos. As categorias de unidades de conservação com maior número de registros de espécies invasoras são Parques Nacionais, Reservas Biológicas e Áreas de Proteção Ambiental.

O ICMBio destacou que as espécies exóticas invasoras representam uma ameaça significativa à biodiversidade, podendo desestabilizar ecossistemas e impactar a fauna e flora nativas. O órgão informou que adota medidas de controle e erradicação dessas espécies e que a lista divulgada servirá para definir estratégias de manejo e alocação de recursos.

As ações de controle são coordenadas pela Coordenação de Manejo de Espécies Exóticas Invasoras (CMEEI), que autoriza intervenções mediante apresentação e avaliação prévia de projetos. Além disso, o ICMBio apoia a elaboração e implementação de planos específicos para o combate às invasões biológicas e disponibiliza documentos técnicos para orientar gestores das unidades de conservação.

Espécies invasoras

Espécies Exóticas Invasoras (EEIs) são aquelas que ocorrem fora de sua área de distribuição natural cuja introdução e/ou dispersão ameaçam a diversidade biológica, de acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).

Normalmente, estas espécies apresentam vantagem competitiva sobre as nativas, o que permite sua rápida proliferação e expansão. As EEIs são reconhecidas como uma das principais causas da perda de diversidade biológica, em especial em Unidades de Conservação (UCs) e ilhas oceânicas. Os impactos das espécies exóticas invasoras podem ocorrer em diversos níveis, seja alterando a composição e a estrutura da comunidade, excluindo espécies nativas ou modificando processos ecológicos. Portanto, a presença dessas espécies ameaça a biodiversidade nativa e os ambientes naturais, especialmente em UCs federais. Para evitar ou mitigar o impacto das EEIs, seu manejo em UCs federais é autorizado seguindo a Instrução Normativa ICMBio n. 06/2019.

Atualmente, há registro confirmado de EEIs de animais e plantas em mais da metade das UCs federais, notadamente nas regiões sudeste e centro-oeste. Essas informações embasam a elaboração de diretrizes e orientações técnicas para prevenção, alerta, detecção precoce, resposta rápida, erradicação e controle de espécies exóticas invasoras nas unidades de conservação federais, como guias, cartilhas, roteiros, entre outros.

Confira a lista completa abaixo.

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