Irã diz que não negociará ‘sob pressão’ após EUA impor novas sanções ao petróleo do país


Declaração foi dada pelo ministro das Relações Exteriores iraniano durante encontro com seu homônimo russo. O Irã não sucumbirá à pressão e às sanções impostas por Washington, afirmou o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, nesta terça-feira (25).
Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, confere inovações no setor de Defesa em Teerã
Gabinete do Líder Supremo Iraniano/WANA (West Asia News Agency)/Divulgação via REUTERS
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, falou nesta quarta-feira (12) que é necessário reforçar ainda mais o Exército do país, além de seus mísseis, após as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As declarações de Khamenei foram feitas enquanto o líder iraniano conferia as principais apostas no setor de Defesa em uma exposição em Teerã. Entre eles um “drone kamikaze” movido a jato – com imagens de um lançamento feito de um submarino exibidas pela primeira vez -, de acordo com a agência de notícias Tasnim.
“O progresso não deve ser interrompido, não podemos ficar satisfeitos. Digamos que definimos anteriormente um limite para a precisão de nossos mísseis… Agora sentimos que esse limite não é mais suficiente. Temos que seguir em frente. Hoje, nosso poder defensivo é bem conhecido, nossos inimigos têm medo disso. Isso é muito importante para nosso país”, afirmou Khamenei nesta quarta.
Na última sexta (7), Khamenei aconselhou o governo a recusar qualquer negociação com EUA, dizendo que seria “imprudente” e que “não se deve negociar com um governo desses”.
Nesta terça (11), o embaixador do país na ONU pediu que o Conselho de Segurança tomasse medidas contra o governo americano, que vêm ameaçando fazer uso de força se o Irã se recusar a negociar seu programa nuclear.
O Irã garante que seu programa de mísseis balísticos é puramente defensivo, mas o arsenal é visto no Ocidente como um fator de risco.
E embora tenha negado por muito tempo suas ambições de armas nucleares, segundo o chefe da agência nuclear da ONU, o país está acelerando “dramaticamente” seu enriquecimento de urânio para 60% de pureza físsil, próximo ao nível de aproximadamente 90% para armas.
Teerã também anunciou, nos últimos meses, novas adições ao seu armamento convencional – como seu primeiro porta-aviões não tripulado e uma base naval subterrânea – e um acordo com a Rússia nas áreas de Defesa e Segurança.
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Bandeiras dos EUA e de Israel queimadas durante o 46º aniversário da Revolução Islâmica em Teerã
Majid Asgaripour/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS
Tensão crescente entre o Irã e os EUA
O Irã alertou o Conselho de Segurança da ONU que pode fazer uso da força caso receba qualquer agressão dos Estados Unidos, nesta terça-feira (11).
Em carta enviada às Nações Unidas, o enviado especial do país descreveu declarações dadas pelo presidente americano, Donald Trump, como “imprudentes e inflamatórias” e ameaçou:
“Qualquer ato de agressão terá consequências severas”.
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O documento ainda pede que o Conselho de Segurança não fique em silêncio diante dos comentários “profundamente alarmantes e irresponsáveis” de Trump, que, segundo o Irã, violam flagrantemente o direito internacional.
Dizendo que “rejeita e condena firmemente” as ameaças feitas pelo republicano, o governo iraniano afirmou que defenderá “sua soberania, integridade territorial e interesses nacionais contra qualquer ação hostil”.
Ameaça dos Houthis
Uma casa destruída é vista depois que as forças israelenses se retiraram do Corredor Netzarim, permitindo que as pessoas viajassem em ambas as direções entre o sul e o norte de Gaza, em meio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, perto da Cidade de Gaza
REUTERS/Dawoud Abu Alkas
Em meio a muitas incertezas sobre a continuidade do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, uma ameaça também foi feita pelos Houthis, grupo extremista do Iêmen, nesta terça-feira (11).
O líder do grupo, Abdulmalik al-Houthi, afirmou em um discurso televisionado que está pronto para lançar ataques contra Israel se o país retomar os bombardeios a Gaza e não se comprometer com o acordo.
“Nossas mãos estão no gatilho e estamos prontos para imediatamente intensificar a ofensiva contra o inimigo israelense se ele retornar à escalada na Faixa de Gaza”, disse.
Os Houthis, apoiados pelo Irã, controlam a maior parte do oeste do Iêmen, incluindo a capital. Desde que a guerra entre o governo israelense e o grupo extremista palestino começou, eles atacaram embarcações de Israel e de outros países no Mar Vermelho, perturbando as rotas marítimas globais, alegando que eles eram atos de solidariedade com Gaza.
Últimas declarações de Israel e Hamas sobre o acordo
Nesta segunda-feira (10), o porta-voz do braço armado do Hamas informou que o grupo extremista palestino irá atrasar a libertação de reféns planejada para o próximo sábado (15) até novo aviso, através de um comunicado divulgado no Telegram.
“A entrega dos prisioneiros sionistas será adiada até novo aviso, até que a ocupação cumpra e compense os direitos das semanas anteriores retroativamente. Reafirmamos nosso compromisso com os termos do acordo, desde que a ocupação também os cumpra”, afirmou.
Hamas ‘exibe’ reféns em palco antes de devolvê-los
Abu Ubaida, porta-voz das Brigadas al-Qassam, justificou a decisão afirmando que, nas últimas três semanas, Israel cometeu violações e não cumpriu termos do acordo de cessar-fogo, enquanto o Hamas “cumpriu todas as suas obrigações”.
“Desde o atraso no retorno dos deslocados ao norte da Faixa de Gaza, até o alvo de bombardeios e tiros em várias áreas do setor, e a não entrada de materiais de ajuda de todas as formas conforme acordado”, enumerou.
Após a divulgação do comunicado, o ministro da Defesa de Israel afirmou que a paralisação da entrega de reféns é uma violação do cessar-fogo e também fez um anúncio: disse que instruiu os militares a se prepararem para o mais alto nível de prontidão em Gaza e para defender as comunidades.
A última liberação ocorreu na manhã deste sábado (8), mas ela chegou a ficar ameaçada após as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que os EUA devem tomar o controle da Faixa de Gaza após a guerra.
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