Celulares foram banidos do set de ‘Ainda estou aqui’… e atores encontraram novos hobbies


Preparadora de elenco conta que, sem telas, atores criaram momentos de conexão offline, com crochê, quebra-cabeças e outros passatempos. Preparadora de elenco de ‘Ainda estou aqui’ fala sobre bastidores do filme
Durante as gravações de “Ainda Estou Aqui”, uma decisão importante foi tomada pela produção: salvas exceções, os atores e membros da equipe não poderiam usar celulares no set. Assista ao vídeo acima.
A escolha, aparentemente simples, foi fundamental para manter a concentração e o espírito da época retratada no filme, que se passa a partir dos anos 1970. A preparadora de elenco Amanda Gabriel explica, em entrevista à GloboNews:
“Não era só uma questão do elenco não se distrair com o celular, era um filme de época. Acho que Walter [Salles, diretor] entende que a liturgia do cinema é muito importante e ele tem muito respeito. Então, pedia pra que a equipe estivesse focada no filme, fazia parte desse respeito.”
“A gente filmou em película, que exige uma atenção muito grande. Não usar o celular era uma das estratégias para manter a concentração e o espírito da época”, acrescenta ela.
As atrizes Valentina Herszage e Fernanda Torres tricotavam juntas durante as gravações de ‘Ainda estou aqui’
Reprodução/Instagram
Conexão offline
Segundo Amanda, a ausência de celulares no set acabou gerando momentos de conexão entre os atores no mundo offline. Alguns desenvolveram novos hobbies:
“A Nanda [Fernanda Torres] e a Valentina [Herszage] tricotaram muito, e as duas se conectaram através disso. Enquanto não estavam filmando, ficavam no cenário, fazendo crochê.”
Quase 550 profissionais trabalharam na produção de “Ainda estou aqui”, incluindo 28 atores e atrizes. Parte do elenco é formada por crianças, que aproveitaram o tempo longe das telas para brincar — algo que Amanda considerou positivo:
“Nos anos 70, 80, até nos 90, isso era natural. Infelizmente, hoje é comum encontrar crianças que deixam de brincar.”
A preparadora também levou ao set jogos e brincadeiras, para entreter o elenco infantil e adolescente. “Comecei a levar para os camarins quebra-cabeças enormes, que eu achei que fossem durar uma semana e duraram três dias.”
Uma produção original do Globoplay, o filme brasileiro que concorre em três categorias do Oscar já foi exibido em 17 países e ganhou 38 prêmios no circuito de festivais e premiações do cinema.
Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, ele conta a história de resistência de sua mãe, Eunice (Fernanda Torres), que vê o marido, Rubens Paiva (Selton Mello), ser levado por agentes da ditadura militar no Brasil.
Cena do filme ‘Ainda estou aqui’
Divulgação
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