O principal nome da oposição que disputa a eleição contra Nicolás Maduro, na Venezuela, neste domingo é Edmundo González Urrutia, ex-diplomata de 74 anos. Ele encabeça a chapa da coalizão “Plataforma Unitária Democrática (PUD)”.
A nomeação dele foi feita após as opositoras María Corina Machado e Corina Yoris serem impedidas pelo regime de Maduro de concorrer. González atraiu um apoio significativo, inclusive de antigos apoiadores do partido governante.
Entretanto, a oposição e alguns observadores questionaram se a votação será justa. O Conselho Nacional Eleitoral, equivalente brasileiro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é controlado por Maduro, que também tem ascendência sobre o Legislativo e o Judiciário.
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González e María Corina têm instado os eleitores a votar cedo e a manter “vigílias” nas seções eleitorais até que elas fechem. Eles disseram que esperam que os militares respeitem os resultados da votação.
Os militares da Venezuela são apoiadores de Maduro. O Ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, disse que as Forças Armadas respeitarão o resultado, previsto para sair entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira (29).
Maduro argumenta que a Venezuela tem o “sistema eleitoral mais transparente do mundo”.
Carreira de González
González tem 74 anos e serviu como embaixador na Argélia entre 1991 e 1993. Também foi embaixador na Argentina nos primeiros anos do governo de Hugo Chávez (1999-2013).
Publicou diversos livros e, como membro da oposição, foi representante internacional da Mesa Redonda da Unidade Democrática entre 2013 e 2015.
Considerado um candidato discreto, um dos principais desafios de González é fazer seu nome ser reconhecido entre os eleitores em um curto prazo, apontam analistas políticos.
“Ele é um candidato pouco conhecido. Seu desafio será justamente conquistar esse reconhecimento”, disse à Reuters Ricardo Rios, que dirige a consultoria local Estrategia y Poder.
O ex-diplomata Edmundo González também atuou na década de 1990 nos bastidores do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Mais recentemente, foi conselheiro de relações internacionais da coligação da oposição.
“Edmundo é muito profissional, discreto e tem convicções democráticas muito firmes. Ele não gosta de usar palavras bombásticas ou radicais”, disse Jesus Torrealba, ex-secretário-geral da aliança de oposição.
O líder da oposição José Guerra elogiou Gonzalez pelo seu amplo conhecimento de questões internacionais, econômicas e políticas. Também ressaltou que o ex-diplomata fala francês e inglês, juntamente com o seu espanhol nativo.
Com informações do G1.
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