Com nova pesquisa, PL deixa de se ver refém de Tarcísio em 2026

Do jornal O Globo

A última pesquisa eleitoral contratada pelo PL fez com que o apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a Presidência deixasse de ser majoritário na cúpula da sigla.

O levantamento divulgado nesta semana trouxe, pela primeira vez, Michelle Bolsonaro numericamente à frente de Lula, em uma eventual disputa no segundo turno pela Presidência. A ex-primeira-dama despontou com 42,9% da preferência e Lula, com 40,5%, o que configura empate técnico.

Já na disputa com o governador de São Paulo, Lula apareceu numericamente à frente, mas também empatado tecnicamente. Tarcísio teve 40,8% da preferência e Lula teve 41,1%.

Leia mais

Parte da cúpula do PL passou a defender Michelle como opção para disputar o Palácio do Planalto, já que Bolsonaro está inelegível e não há perspectiva de mudança de cenário, apesar dele insistir em entrar no páreo. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, integra a ala que vê com bons olhos Michelle como opção para concorrer à Presidência.

Além da ex-primeira-dama ser um nome do próprio PL, há queixas da cúpula do partido de que Tarcísio “joga muito sozinho” e não contempla os aliados.

Bolsonaro chegou a afirmar a correligionários de sua legenda que, se o pupilo fosse eleito presidente, ele próprio “ganharia perdendo”. O capitão reformado reconheceu, a portas fechadas, que Tarcísio não abriria espaço para ele fazer as nomeações que quisesse em seu governo, destacou que não será ouvido como gostaria e enfatizou que não poderá criticar uma eventual gestão de Tarcísio na cadeira do Palácio Planalto, como faz com os adversários.

Hoje, a opção que predomina no clã Bolsonaro é lançar um candidato que tenha seu sobrenome.

Os dados da pesquisa contratada pelo PL aparecem no momento em que Lula vive o recorde de reprovação de todos seus mandatos como presidente, conforme mostrou o Datafolha da semana passada. A alta da inflação, sobretudo de alimentos, e a crise de credibilidade do Pix são apontados como os principais fatores da queda, mas vistos no governo como “problemas contornáveis”.

Leia menos

Adicionar aos favoritos o Link permanente.