Ministro destaca que alimentos já começaram a ficar mais baratos

“Se você for ao supermercado hoje, vai ver que os preços estão bem melhores que há um mês ou dois. É o momento de o povo vivenciar [a queda dos preços]. Mas tem muito o que fazer ainda. Os produtos vão baixar mais. Temos que tomar todas as medidas pra baixar os preços dos produtos”, disse o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

Ele participou nesta manhã de quinta-feira (20) do programa “Bom Dia, Ministro”, onde observou a queda dos valores, mas sem deixar de mostrar preocupação para que os preços sejam reduzidos ainda mais.

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De acordo com o ministro, a alta dos preços observada nos meses anteriores foi devido ao aumento do dólar durante as eleições dos Estados Unidos: “O dólar estava R$ 5,70 e passou para R$ 6,30. Todos os alimentos que estão ancorados no dólar, porque são exportáveis, subiram junto”, afirmou o ministro, ao lembrar que muitos produtos são atrelados à moeda dos EUA.

Segundo ele, com a volta do dólar ao patamar anterior, o preço da carne já começou a baixar e o governo prepara um estudo para entender por que alguns alimentos como ovo, açúcar, café e laranja estão com preços elevados: “O que está muito fora de propósito hoje é o ovo”.

O preço dos ovos tem chamado a atenção. O presidente Lula também comentou o caso para a Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, nesta quinta. Ele classificou o preço do ovo como absurdo: “Quando me disseram que estava R$ 40 uma caixa com 30 ovos, é um absurdo”.

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O presidente disse que um fator determinante para o encarecimento é a gripe aviária que ocorreu nos EUA, o que demanda um aumento nas exportações do produto.

Nos EUA o preço disparou em 15% nos últimos meses. Uma dúzia de ovos é usualmente encontrada por US$ 9,99 (próximo de R$ 57), mas em alguns lugares de Nova Iorque foram registrados valores de US$ 13 (R$ 74).

Zerar dívidas para produzir de alimentos

Como incentivo ao aumento na produção de alimentos no país, o governo tem apoiado medidas para os pequenos agricultores terem acesso a refinanciamentos pelo programa Desenrola Rural. Com ele, os agricultores familiares podem ter o refinanciamento de dívidas com descontos de até 96%, além de facilidade no acesso ao crédito rural

“Queremos que aqueles que tenham pendência no banco possam renegociar e possam tomar o financiamento agrícola para aumentar a produção de alimentos”, disse o ministro.

Conforme exposto, o país tem 5,43 milhões de agricultores familiares, sendo que 1,35 milhão desses agricultores (33% do total) têm alguma pendência financeira.

Reforma agrária e agroecologia 

Teixeira ainda frisou que o presidente Lula está comprometido com a reforma agrária, sendo que este é um dos principais pontos para diminuir os conflitos agrários no Brasil.

Sem revelar quais entregas serão feitas, o ministro disse que prepara com Lula um grande anúncio que será feito em Pernambuco: “Ele vai lançar uma grande entrega de reforma agrária, inclusive com componentes novos que nunca foram adotados pelo Estado brasileiro como a adjudicação de terras (ato judicial que concede a posse e a propriedade de determinado bem a alguém) de grandes devedores da União e também transferência de terras que estejam nos domínios dos bancos públicos, e assim vamos entregar uma grande área adjudicada”.

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Sobre agroecologia, o ministro destacou o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), lançado em outubro passado, para ampliar a produção e o processamento de alimentos orgânicos e de base agroecológica.

Ele ainda falou que em 8 de março será lançado o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) para aumentar a substituição de agrotóxicos por bioinsumos, além de ressaltar que pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) os produtores orgânicos conseguem obter juros a 2%.

Internet no campo e Correios

Para ampliar o acesso à telefonia móvel 4G e internet de alta velocidade para os agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas e comunidades tradicionais, o ministro lembrou que na quarta (19), junto com outros órgãos, firmou acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

“É um acordo para aumentar a cobertura de celular no campo. O agricultor vai poder se conectar com o mundo inteiro, vai poder vender os seus produtos nas redes sociais”, celebrou.

Na ocasião ainda foi firmado acordo com os Correios, para a venda e entrega desses produtos.

“Assinamos um outro acordo com os Correios para que os agricultores possam entregar [os produtos]. Assim, tendo cobertura de celular nesse acordo com Anatel e cobertura dos Correios os agricultores poderão produzir alimentos, vender pelas redes sociais e entregar pelos Correios”, explicou.

Veja como foi a entrevista:

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