Bachelet cresce nas pesquisas e ganha apoio para liderar frente progressista no Chile

Os Socialdemocratas do Chile manifestaram apoio a uma possível candidatura de Michelle Bachelet para a presidência do país em 2025. Em uma declaração divulgada nesta quarta (12), a legenda destacou os avanços sociais e econômicos de seus governos e defendeu a construção de um bloco progressista regional para conter o crescimento da extrema direita no continente.

O comunicado menciona que as gestões de Bachelet tiveram impacto em áreas como proteção social, educação e direitos trabalhistas. “É inquestionável o papel de liderança que Bachelet ainda exerce na sociedade, o que faz com que ela possa encabeçar qualquer lista de candidaturas à Presidência da República”, diz o comunicado.

Entre as políticas citadas, estão a reforma do sistema previdenciário, que combinou pilares de capitalização individual e proteção solidária, além da ampliação dos direitos sindicais, a legalização do aborto em três causais e mudanças no sistema eleitoral.

A posição dos Socialdemocratas ocorre em um momento em que a ex-presidente registra crescimento nas intenções de voto. Segundo levantamento Pulso Ciudadano, realizado em janeiro de 2025, Bachelet subiu de 10,2% para 12,2% em preferências espontâneas. O estudo também apontou queda no apoio ao ex-candidato presidencial José Antonio Kast, do Partido Republicano, que passou de 11,7% para 9,6%.

Articulação regional para conter a extrema direita
Além do contexto eleitoral chileno, os Socialdemocratas mencionaram a possibilidade de que Bachelet participe de uma articulação com Lula, no Brasil, e Yamandú Orsi, no Uruguai, formando um eixo progressista regional. A iniciativa teria como objetivo fortalecer políticas sociais e conter a influência de governos de direita na América Latina.

“A presidenta possui as credenciais para construir, com Lula e Orsi, um eixo Brasil-Uruguai-Chile que equilibre a região, recolocando em primeiro plano as políticas progressistas, socialdemocratas e de desenvolvimento econômico”, diz o comunicado

O documento destaca que a formação dessa frente política poderia atuar como contraponto ao avanço da extrema direita em países como Estados Unidos, sob Donald Trump, e Argentina, com Javier Milei. O partido também enfatizou a necessidade de unidade dentro da centro-esquerda chilena, defendendo que alianças amplas seriam essenciais para o resultado eleitoral de 2025.

Cenário político e desafios do Chile
As eleições chilenas ocorrem em um momento de polarização política, em que temas como segurança pública, imigração e economia dominam o debate eleitoral. Segundo a pesquisa Pulso Ciudadano, a criminalidade é a principal preocupação da população, citada por 47,6% dos entrevistados, seguida por imigração (32%) e narcotráfico (22,9%).

No plano legislativo, a reforma previdenciária aprovada recentemente pelo Congresso segue como tema de debate. O estudo aponta que 37,9% dos chilenos acreditam que a medida será positiva para o país, enquanto 35% avaliam que o impacto será negativo.

Os Socialdemocratas sugeriram que um programa de governo da centro-esquerda poderia priorizar medidas como crescimento econômico sustentável, ampliação da proteção social e uma política migratória estruturada. Além disso, mencionaram a necessidade de reformas para fortalecer a transparência no serviço público e uma agenda de segurança voltada ao combate ao crime organizado.

Possibilidade de candidatura e projeções
Bachelet ainda não confirmou se será candidata, mas seu crescimento nas pesquisas e o apoio político recebido indicam que sua participação pode ser um fator central no cenário eleitoral. O documento dos Socialdemocratas reforça que seu histórico governamental e sua experiência internacional a mantêm como uma liderança relevante para a centro-esquerda chilena.

Com a direita dividida entre José Antonio Kast e Evelyn Matthei, e o governo de Gabriel Boric enfrentando desafios de popularidade, a eventual candidatura de Bachelet pode representar um eixo de reorganização para os setores progressistas do país.

As eleições presidenciais estão previstas para ocorrer em novembro de 2025, e os próximos meses serão decisivos para a definição de alianças e candidaturas.

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