Diversão ao ar livre: maratona para fotografar aves em parques no ES

João Victor Velten, Roberto de Oliveira, Leodério Velten, Néia Schumacher e Leidemara Busato: “passarinhada” | Foto: Clóvis Rangel

A prática de fotografar pássaros exóticos em parques e reservas ambientais tem conquistado cada vez mais adeptos, e o Espírito Santo oferece diversos locais propícios para essa atividade.Entre os principais pontos de observação, destacam-se o Parque Estadual de Itaúnas, que recentemente promoveu trilhas voltadas à contemplação de aves e borboletas, e a Reserva Biológica de Duas Bocas, em Cariacica, que incentiva a ciência cidadã por meio da observação de aves. Já a Reserva Águia Branca, em Vargem Alta, é considerada um dos principais destinos para a prática no Brasil, sendo classificada como o segundo melhor ponto do bioma Mata Atlântica e o quinto do País, segundo dados do aplicativo eBird.Além de proporcionar momentos de conexão com a natureza, a observação de aves contribui para a conservação ambiental e impulsiona o turismo sustentável. Eventos como a “Passarinhada”, realizada no Sítio Altoé da Montanha, em Venda Nova do Imigrante, reforçam esse potencial, atraindo turistas e promovendo a educação ambiental.A Associação Martinense de Observadores de Aves (Amoaves), sediada em Domingos Martins, já tem mais de 10 passeios programados em seis cidades até o final do ano. O presidente da entidade, Roberto de Oliveira Silva, 69 anos, explica que essas expedições, conhecidas entre os praticantes como “passarinhadas”, também contribuem para a preservação da natureza. “Nossa intenção é divulgar essas espécies e conscientizar sobre a importância da preservação da fauna e da natureza”.A funcionária pública Néia Schumacher Gonçalves, de 57 anos, esposa de Roberto, relata que começou a participar das expedições com o marido e o filho durante a pandemia. “Passei um período difícil, ficava em casa chorando. As ‘passarinhadas’ me ajudaram, e até tive alta da terapia”.Interessados podem entrar em contato com associações como a Amoaves e o Clube de Observadores de Aves do Espírito Santo (COA-ES).Site com mais de mil fotos

Imagens feitas por integrantes da Amoaves estão disponíveis em página na internet | foto: Clóvis Rangel

A Associação Martinense de Observadores de Aves (Amoaves) lançou, em julho de 2021, um site para divulgar as fotografias feitas pelos mais de 35 integrantes do grupo. A página www.amoaves.com.br, que contém mais de mil fotos, foi criada com o objetivo de apresentar as belas aves existentes nas matas do Estado e promover o hobby dos participantes. Leodério Velten, de 60 anos, comerciante e um dos fundadores do grupo em 2017, juntamente com Roberto de Oliveira Silva, tem sua história ligada ao cultivo de orquídeas na região. Atualmente, ele ocupa o cargo de vice-presidente da associação e explica que a criação do site foi uma maneira de fortalecer o trabalho do grupo, que contribui para a preservação de espécies muitas vezes desconhecidas pela maioria da população.“O site foi disponibilizado à comunidade com um conteúdo dedicado ao registro das aves da região. Ele apresenta páginas específicas para três municípios – Domingos Martins, Marechal Floriano e Viana. Além das belas imagens das aves, o visitante também pode ouvir o som delas”.A dona de casa Leidemara Busato Ewald, de 48 anos, integrante da Amoaves, conta que a página funciona como uma vitrine do trabalho do grupo.Parcerias com escolas e pousadasA Amoaves se destaca não apenas pela prática de observação de aves, mas também por seus esforços na promoção da preservação ambiental e no incentivo ao turismo sustentável. Desde 2017, a associação desempenha um papel relevante na conscientização sobre a biodiversidade do Estado.Em Domingos Martins, a Amoaves realiza ações educativas nas escolas municipais. Durante as palestras, os membros da associação compartilham conhecimentos com os estudantes, promovendo a conscientização sobre a importância da preservação ambiental. Além disso, são estabelecidas parcerias com pousadas e condomínios, que recebem orientações sobre a instalação de comedouros e o plantio de árvores frutíferas, criando ambientes mais propícios para as aves. Essas iniciativas visam fortalecer o espírito preservacionista e engajar a comunidade na preservação da fauna das montanhas capixabas. O lançamento do site da Amoaves ampliou ainda mais o alcance dessas atividades. Na página de cada município, estão registros das aves fotografadas, com a possibilidade de, ao passar o mouse sobre cada imagem, ouvir o canto dos pássaros.Além disso, ao clicar na foto, o visitante pode visualizar outras imagens da mesma espécie presentes no site, tornando a experiência mais interativa e educativa. “Esperamos, com o site, ampliar o alcance de nossa ação e divulgar o potencial da região”, explicou Leodério Velten.Alguns pássarosAbre-asa-de-cabeça-cinza

Abre-asa-de-cabeça-cinza | Foto: Roberto de Oliveira Silva/divulgação

É conhecido também como abre-asas-de-barriga-vermelha e supi-de-cabeça-cinza. Pequena ave com a barriga castanha, que dá o significado de seu nome científico. Alimenta-se de artrópodes e frutos.Anambezinho

Anambezinho | Foto: Roberto de Oliveira Silva/divulgação

É uma das menores espécies do gênero. Com apenas 9 centímetros, ele pode ser encontrado em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Paraíba. A ave tem plumagem cinzenta e coberteiras inferiores da cauda rosa-pardacentas. O macho esconde sob as asas um tufo de penas longas e violáceas. A espécie se reproduz durante o inverno.Andorinha do campo

Andorinha do campo | Foto: Roberto de Oliveira Silva/divulgação

É conhecida também como andorinha, chabó, major, taperá e uiriri. Seu nome científico significa andorinha que vive em casa. Alimenta-se de insetos que captura em voo, sendo um dos maiores consumidores de plâncton aéreo, comem cupins, formigas, moscas e até abelhas.Araçari poca

Araçari poca | Foto: Roberto de Oliveira Silva/divulgação

Seu nome científico significa ave da lua com colar e bico manchado. Alimenta-se de frutos, como os da embaúba, coquinhos de palmeiras, goiaba e figo. Cospe os caroços, sendo importante agente dispersor de sementes pelas florestas, ajudando na recuperação de áreas alteradas.

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