Extremistas esperneiam no parlamento na iminência da prisão de Bolsonaro

Os bolsonarista vivem um dilema no Congresso com a possível denúncia contra Bolsonaro, na próxima semana, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito da trama golpista. Ou seja, nessa situação o ex-presidente está ameaçado de ser preso na conclusão do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Além da tentativa de golpe, na PGR estão ainda os inquéritos da falsificação dos cartões de vacina e o caso das joias da Arábia Saudita.

Isso explica o atual esperneio deles na defesa de pautas que tentam livrar o líder maior de uma provável condenação. A bancada bolsonarista, por exemplo, defende afrouxamento da Lei da Ficha Limpa para viabilizar que o ex-presidente concorra às eleições de 2026.

Na mesma linha, eles querem avançar com o projeto de anistia para os condenados dos atos do 8 de janeiro, que culminou com a invasão e depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes.

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“Não há dúvida que nós estamos vivendo este esperneio, mas ao mesmo tempo fazendo coro com todos aqueles que defendem a democracia e que não aceitam que a impunidade de fato perdure em nosso país”, avalia a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

Para ela, é necessário punir e julgar com todos os direitos os que estão presos, inclusive os que estão sendo procurados para impedir que isso ocorra novamente. “Portanto, prisão para Bolsonaro já”, diz.

Alice afirma que a reação deles no parlamento está de fato associada a iminente prisão do ex-presidente inelegível.

“É algo que tem aterrorizado a bancada bolsonarista nesta Casa. Eles estão indo para o vale-tudo, tentando caracterizar como perseguição política a prisão daqueles que tentaram dar um golpe contra a democracia. Mas não há dúvida: foi golpe. E nós não aceitaremos impunidade”, afirma ao Portal Vermelho.

Outro olhar atento a essa movimentação é do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), que é vice-líder do governo Congresso: “O Bolsonaro e o bolsonarismo é um poço de contradições, ou seja, sempre defendem o que é melhor para eles. Não importa se em um determinado momento defenderam alguma posição, no momento seguinte eles definem exatamente o contrário, desde que os interesses deles estejam assegurados. Agora eles querem acabar com a Lei da Ficha Limpa”, observa.

O deputado lembra que antes eles defendiam que essa lei deveria ser aplicada para condenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Eles sabem que o Bolsonaro cometeu crime, não tem como defender que ele não foi líder de um processo de tentativa de golpe, está muito evidente, sabem que a denúncia do Ministério Público vai ser feita”, diz.

Daniel observa que os elementos coletados nos inquéritos são suficientes para que ocorra uma condenação.

“Então eles percebem que o Bolsonaro vai ser condenado e vai ficar inelegível, vai acabar tendo que pagar pelo crime que cometeu. Não resta dúvida que o caminho mais visível é a cadeia. E, por isso, faz essa pressão política aqui no Congresso em torno da anistia”, considera.

O deputado avalia que esse tipo de pauta não vai prosperar por haver um clima de rejeição na sociedade, um sentimento já aferido nas pesquisas.

“Aprovar uma anistia aqui seria desorganizar as instituições, seria conflito entre Executivo, Legislativo e Judiciário, que é algo que nós estamos buscando sanar. Portanto, eu vejo que é um cenário de não ter anistia no Congresso, ter o oferecimento da denúncia e a condenação de Bolsonaro”, prevê.

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