Governo federal poderá reabrir investigação sobre a morte de Juscelino Kubitschek

O Governo Federal deve reabrir as investigações sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, com base em um último laudo ratificado pelo Ministério Público Federal (MPF). O documento rejeita as hipóteses até hoje levantadas sobre o acidente que vitimou JK e seu motorista, Geraldo Ribeiro.

A reanálise do caso deve ser aprovada durante uma reunião extraordinária da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), marcada para esta sexta-feira, 14, em Recife (PE). Segundo membros da comissão e do governo federal, o objetivo é esclarecer as dúvidas sobre a verdadeira causa da morte do ex-presidente.

Juscelino Kubitschek faleceu em 22 de agosto de 1976, quando o carro em que viajava, um Chevrolet Opala, colidiu com uma carreta na Rodovia Presidente Dutra, após ter sido atingido por um ônibus.

As investigações conduzidas durante a Ditadura Militar concluíram que a batida foi um acidente. Essa versão foi corroborada pela Comissão Nacional da Verdade, em 2014, e por uma comissão externa da Câmara dos Deputados, em 2001.

No entanto, um grupo sustenta a tese de que JK foi vítima de um atentado político. Essa linha de investigação sugere que não houve colisão com o ônibus e que o motorista perdeu o controle do veículo devido a uma sabotagem ou mesmo um tiro.

As Comissões da Verdade de São Paulo e Minas Gerais apoiaram essa possibilidade. Um inquérito do MPF, concluído em 2019, também descartou a colisão, mas considerou impossível confirmar ou excluir a hipótese de atentado.

A CEMDP é um órgão de Estado com apoio técnico-administrativo do Ministério dos Direitos Humanos. A comissão foi recriada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em julho de 2024, após ter sido extinta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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