Minerva tenta (outra vez) convencer Uruguai a aprovar compra de plantas da Marfrig

Tente outra vez. Depois de duas derrotas, a Minerva pleiteou de novo ao governo uruguaio uma autorização para concluir a compra de três plantas no País que antes pertenciam à Marfrig.

Essas aquisições são as últimas que faltam do pacote de R$ 7,5 bilhões por 16 plantas da empresa de Marcos Molina, que já foram aprovadas pelos órgãos antitruste no Brasil, Chile e Argentina.

Em fato relevante arquivado nesta terça na CVM, a Minerva informou que protocolou um novo pedido de autorização apresentado à autoridade concorrencial uruguaia (Coprodec).

Com os reveses passados, a empresa brasileira propôs uma nova estrutura para a transação. O pedido engloba a compra das plantas de San José e Salto, e ainda prevê uma revenda imediata da planta de Colonia para o Allana Group, empresa agrícola indiana.

Fundado em 1865, o Allana Group é uma das mais tradicionais empresas indianas do setor de alimentos. Segundo seu site, exporta para mais de 100 países, atuando com produtos como carne bovina, de frango, produtos lácteos e alimentos processados.

No último capítulo dessa empreitada, a Minerva sofreu uma derrota em dezembro, quando o governo local impediu a aquisição das plantas. Na decisão do dia 17 de dezembro, a ministra da Economia e Finanças do Uruguai, Azucena Arbeleche, manteve a reprovação feita previamente pelo Cade local.

A intenção de colocar uma das plantas à venda já era algo no radar da Minerva, que na época, pleiteou ao governo que a proposta de revenda não se tornasse notória para a Marfrig. O fato foi criticado por Arbeleche em um documento oficial.

O preço dos três ativos no país vizinho foi estipulado em R$ 675 milhões. A reprovação do Coprodec aconteceu no final de outubro passado, e na época, a Minerva declarou que iria recorrer à decisão.

A grande questão que motivou as decisões do governo uruguaio é a concentração de mercado.

Em outubro, a autoridade antitruste disse que “a operação aumentaria o grau de concentração no mercado de gado para abate, enquanto a empresa concentrada alcançaria uma posição dominante, com poder de mercado para compra de gado para abate e com capacidade de afetar unilateralmente a concorrência efetiva nesse mercado.”

A Minerva possui operações no Uruguai desde 2011, quando adquiriu o frigorífico Pul, por US$ 65 milhões à época.

Hoje, a companhia possui quatro frigoríficos no país, nas cidades de Melo, Canelones, Durazno e Montevidéu. Juntas, essas plantas têm capacidade de abate de 3,7 mil cabeças/dia. Se o negócio no Uruguai saísse, a capacidade subiria a 4,5 mil cabeças/dia.

A decisão do órgão não afeta a aquisição dos demais ativos da Marfrig no Brasil e em outros países da América do Sul como Argentina e Chile.

Segundo uma apuração do AgFeed feita com fontes de dentro da Minerva, a companhia mantinha boas relações com o governo uruguaio, e previa uma tranquilidade na aprovação da negociação ainda no ano passado.

Do lado uruguaio, o processo seria finalizado quando o Cade aqui no Brasil desse o aval das compras nacionais. Acontece que a aprovação ocorreu em setembro passado, no meio do processo eleitoral uruguaio, que consagrou Yamandú Orsi como novo chefe do executivo vizinho.

A incerteza com o futuro presidente e seus ministros adiou o pedido, que foi negado até agora. Resta saber se o novo trunfo, já com novo comprador, vai finalmente sair do papel.

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