Vereador propõe revogação da taxa do lixo para aprovação de aporte de R$ 190 milhões para Comurg

Durante a sessão desta terça-feira, 11, o vereador Coronel Urzêda (PL) propôs ao prefeito Sandro Mabel (UB) que se a taxa do lixo for revogada ele votaria a favor do aporte de R$ 190 milhões para a Companhia de Urbanização de Goiânia. A fala repercutiu entre os colegas de bancada do Partido Liberal (PL) e outros vereadores, sejam de base ou oposição.

“Prefeito Sandro Mabel, secretária (de Governo) Sabrina Garcez, eu faço um compromisso aqui, eu voto a favor do aporte para salvar a Comurg, se o senhor revogar a Taxa de Lixo”, disse Urzêda, em discurso no plenário da Casa. “Faça como o prefeito de Caldas Novas (Kleber Marra), que sancionou a Taxa de Turismo e depois a revogou. Que o senhor revogue também a Taxa do Lixo, essa taxa absurda que foi criada. Estamos todos sobrecarregados com tantas taxas e impostos”, finalizou.

Urzêda também criticou a fala de Mabel na sexta-feira, 7, a respeito da tramitação do projeto. O prefeito chegou a comentar que poderia realizar o aporte sem enviar um projeto para Câmara.

“O prefeito disse que não precisa mandar o aporte de R$ 190 milhões para Comurg para essa Casa. Ora pois, essa mesma Casa não aprovou os R$38 milhões que o prefeito Rogerio Cruz queria. E agora não precisa mandar para cá?”, questionou o vereador.

Pelos vereadores do PL, a ideia foi bem vista. Por exemplo, Oséias Varão apoiou de imediato e Vitor Hugo inicialmente concorda com a questão, mas pretende se inteirar melhor sobre a questão do aporte para a Comurg. Já o líder da bancada, Willian Veloso, ventilou a possibilidade de suspender a Taxa do Lixo para esse ano. 

“Uma ideia seria suspender a Taxa do Lixo, não cobrar ela esse ano para estudar melhor a proposta”, disse o líder do PL. No entanto, ele ressaltou que isso não passa de uma ideia que não passou da parte inicial. O parlamentar também ressaltou que a bancada ainda não discutiu a ideia de Urzêda e que não aconteceu nenhum alinhamento a essa propositura.

Vitor Hugo considera a medida justa, mas ele deseja se inteirar sobre o assunto antes. “Acho que o pedido do Coronel Urzêda é muito coerente, eu iria com ele nesse pedido, mas vou com calma quando o projeto for enviado para tomar essa decisão“, afirmou.

Repercussão na oposição

A vereadora Aava Santiago (PSDB) se posicionou contrária aos dois temas e também a ideia dos vereadores do PL. “Não faz o menor sentido do ponto de vista de arrecadação. Eu sou contra a taxa do lixo, sou contra essa formatação de aporte, mas essa proposta é claramente um aceno para as câmeras”, disse a parlamentar para o Jornal Opção.

Para Edward Madureira (PT), a Comurg não precisaria de um aporte financeiro. Ao mesmo tempo, ele acredita que a lei da Taxa de Limpeza Pública (TLP) não ficou boa e descarta a ideia de Urzêda por considerar que são questões distintas. “A lei está mal feita e sou radicalmente contra porque não há nenhum incentivo para reduzir a produção de lixo ou educação ambiental, por exemplo”, pontuou.

Vereadores da base

O Jornal Opção também entrou em contato com vereadores da base do prefeito, incluindo quem votou contra a Taxa do Lixo. Por exemplo, Cabo Senna (PRD) voltou a reafirmar ser contra o tributo e se posicionou contrário ao aporte para a Comurg. “Hoje, eu não apoio o aporte da Comurg e sou contra a Taxa do Lixo. Se a Prefeitura já é capaz de realizar a limpeza urbana, por que precisaria de um novo imposto?”, questionou.

Para Henrique Alves (MDB), a ideia do parlamentar do PL e reforça que são dois itens diferentes. “Não concordo porque são duas coisas completamente diferentes”, respondeu o parlamentar emedebista.

“O aporte para a Comurg se refere aos aposentados que estão sob contrato e que têm idade para se aposentar. Isso reduz a folha de pagamento em R$ 10 milhões. A Taxa do Lixo é destinada à manutenção do serviço de coleta e ao serviço da LimpaGyn, com contrato vinculado à Seinfra (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana)”, explicou Alves.

O emedebista também ressaltou que aguarda o projeto que Mabel enviará para se posicionar a respeito.

O líder do prefeito na Casa, Igor Franco (MDB), também reforçou que as duas medidas não são relacionadas. Ele também ressaltou que a Comurg precisa do aporte, mas que não houve conversa com o Executivo a respeito. “Ainda zero discussões  com os vereadores sobre o aporte”, contou.

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