Bombril tem dívida de R$ 2,3 bilhões e pede recuperação judicial

A Bombril, empresa de produtos de limpeza, entrou com um pedido de recuperação judicial na segunda-feira (10). A marca de esponjas de aço, junto com outras sociedades do Grupo Bombri,l possui contingências tributárias e pressão no caixa, o que levou o Conselho de Administração a entrar com o pedido para se proteger contra credores enquanto renegocia as dívidas.

A marca ficou amplamente conhecida pela sua longa campanha de publicidade que ficou 34 anos no ar com o “Garoto Bombril”, fato que rendeu reconhecimento no Guinness Book. O grupo ainda possui as marcas Limpol, Sapólio, Mon Bijou, Kalipto e Pinho Bril.

No documento de recuperação judicial é colocado que a empresa “possui contingências tributárias relevantes, especialmente as relacionadas a autuações da Receita Federal por suposta falta de recolhimento de tributos incidentes em operações de aquisição de títulos de dívida estrangeiros (T-Bills), realizadas no período entre 1998 e 2001”. Estas autuações tem valor aproximado de R$ 2,3 bilhões.

Ainda no comunicado é revelado que a diretoria da empresa sopesou alternativas e avaliou que o risco de perda nos processos judiciais “representa ameaça”, o que traz elevados riscos que podem levar “à descontinuidade de determinadas relações comerciais e vencimento antecipado de dívidas”.

Dessa maneira, o Conselho de Administração entendeu que por meio do pedido de recuperação a empresa poderá proteger seu caixa, manter um processo de negociação de seu endividamento e “será capaz de manter a sua capacidade operacional e reestruturar adequadamente seu passivo”.

Em documento obtido pela Istoé Dinheiro junto à assessoria advocatícia da empresa, a E.Munhoz Advogados, é indicado que a Bombril tem suas fábricas e máquinas das unidades de São Bernardo do Campo (SP), Sete Lagoas (MG) e Abreu e Lima (PE) empregadas como garantias em processos judicias, ou seja, penhoradas.

A situação impede que a empresa capte novos recursos utilizando seu capital físico enquanto garantia para alavancar o caixa. Além disso, o valor dispendido em decisões judiciais tem afetado o faturamento da empresa. Para completar, a empresa indica que os administradores, a Cragnotti & Partners, colocaram a empresa em uma situação que contraria boas práticas empresariais ao adquirirem títulos da dívida dos EUA (T-Bills e T-Bonds) e da Argentina (Argentine Global Bonds). As transações resultaram nas autuações bilionárias da Receita Federal.

Com o pedido de recuperação judicial as ações da Bombril (BOBR4) chegaram a cair 36% durante o pregão dessa terça. Neste mês de fevereiro a desvalorização acumulada já ultrapassa os 33%.

*Com informações IstoÉ Dinheiro e Folha

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