O desafio de Mabel para destravar o trânsito de Goiânia

Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), Goiânia já possui mais de 1,3 milhão de veículos em circulação. Esse número é quase equivalente à sua população de 1,4 milhão de habitantes, conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, há quase um carro para cada morador da capital (0,94 carro por pessoa).

A situação é um claro reflexo do desafio enfrentado pelo prefeito Sandro Mabel (UB) e pelo secretário de Engenharia de Trânsito, Tarcísio de Abreu. Isso inclui também o novo Plano Nova Mobilidade, apresentado na última semana, que visa trazer fluidez ao trânsito, transporte e mobilidade. Ao mesmo tempo em que mantém a segurança de motoristas, motociclistas e pedestres.

Com a revogação do decreto anterior, a Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET) terá aproximadamente seis meses para atualizar o plano de mobilidade urbana. Embora ainda faltem detalhes, o objetivo do plano é reduzir congestionamentos e conflitos no trânsito, além de estimular o uso do transporte coletivo. Outras medidas incluem melhorias nas calçadas e a ampliação das malhas de faixas para circulação de ciclistas.

No entanto, o principal desafio de Mabel é reduzir o número de carros em circulação na capital. Embora investimentos em transporte público e em outros modais, como bicicletas, sejam fundamentais e essenciais, outras medidas mais rígidas e, talvez, menos populares também se fazem necessárias.

O primeiro ponto que Mabel pode abordar é o fechamento de vias na capital durante os finais de semana para estimular a circulação de pedestres. Com um ambiente mais seguro e acessível, deslocar-se a pé ou de bicicleta se torna mais atrativo e, como consequência, há menos carros nas ruas. Isso melhora o trânsito, valoriza o espaço público e até contribui para a melhoria da qualidade do ar, com a redução de veículos em circulação.

É óbvio que nem todas as áreas da cidade estão prontas para adotar essa medida, mas vias como a Avenida T-63 ou a Avenida 85 poderiam ser usadas como experimentos, caso os estudos apontem resultados favoráveis. Indo além, por que não fechar a Marginal Botafogo durante os finais de semana para circulação de pedestres e ciclistas? Assim como a cidade de São Paulo faz com o “Minhocão”.

Mabel também precisa trazer à tona discussões sobre o rodízio de veículos em Goiânia. Embora seja uma medida impopular, ela pode ajudar a incentivar o uso do transporte público. No entanto, a ideia precisa ser bem debatida para evitar impactos significativos na economia e no deslocamento das pessoas para o trabalho.

Talvez uma alternativa mais eficaz para Goiânia, e menos drástica, seja o estímulo para que as pessoas se desloquem fora dos horários tradicionais de pico. Considerando que o Código de Posturas agora prevê um horário flexível de funcionamento de 24 horas, essa pode ser uma opção viável. O prefeito pode trabalhar com parcerias envolvendo empresas para escalonar os horários de entrada e saída, ajudando a distribuir melhor o trânsito.

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