Trump propõe que EUA “comprem” Gaza; líderes árabes rejeitam sugestão

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (9) que está comprometido em “comprar e possuir” a Faixa de Gaza, sugerindo que partes do território poderiam ser entregues a outros países do Oriente Médio para auxiliar na reconstrução. Trump enfatizou que os EUA garantiriam que o Hamas não retornasse ao controle da região.

O líder da extrema direita mundial confirmou nesta segunda (10) que o seu plano para a reconstrução da Faixa de Gaza não prevê a volta dos palestinos que deixarem o território destruído por Israel na guerra contra o Hamas.

“Não, eles não voltariam porque terão habitações muito melhores. Em outras palavras, eu estou falando em construir um lugar permanente para eles”, disse ao jornalista Bret Baier, da Fox News, que havia questionado acerca do direito do retorno a Gaza.

“No meio tempo, eu seria o dono disso. Pense nisso como um desenvolvimento imobiliário para o futuro. Seria um lindo pedaço de terra, nenhum grande dinheiro gasto”, afirmou Trump.

Com a afirmação, o norte-americano reitera os temores entre aliados e rivais de que seu plano impõe uma limpeza étnica a Gaza, ao estilo daquilo defendido pela ultradireita que sustenta o governo de Benjamin Netanyahu em Tel Aviv. Antes, ele havia dito que a remoção poderia ser temporária.

A proposta gerou imediata condenação internacional. Países vizinhos, como Egito e Jordânia, rejeitaram categoricamente a ideia de reassentar palestinos deslocados em seus territórios. O presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, e o rei Abdullah II, da Jordânia, afirmaram que não aceitariam qualquer plano que envolvesse a transferência forçada de palestinos para seus países.

Além disso, a Arábia Saudita criticou duramente a sugestão do primeiro-ministro israelense de utilizar terras sauditas para estabelecer um Estado palestino. Em comunicado, o ministério das Relações Exteriores saudita afirmou que “o povo palestino tem direito à sua terra, e eles não são intrusos ou imigrantes que podem ser expulsos sempre que a brutal ocupação israelense desejar”. 

A declaração acusou Netanyahu de tentar “desviar a atenção” dos “crimes” em andamento em Gaza.

A proposta de Trump também foi criticada por organizações de direitos humanos, que a classificaram como uma forma de limpeza étnica. Especialistas alertam que o deslocamento forçado de populações sob ocupação é ilegal segundo o direito internacional e pode constituir crime de guerra.

Em resposta às críticas, Trump sugeriu que outros países do Oriente Médio poderiam participar da reconstrução de Gaza, mas reiterou que os EUA estariam comprometidos em possuir e controlar o território. Ele também mencionou a possibilidade de permitir que alguns refugiados palestinos entrem nos Estados Unidos, considerando tais solicitações caso a caso.

A comunidade internacional continua acompanhando de perto os desdobramentos dessa proposta, enquanto líderes árabes e organizações internacionais expressam preocupações sobre suas implicações legais e humanitárias.

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