Trump quer taxar aço e alumínio em 25%; Brasil está entre maiores exportadores

Dando continuidade às medidas protecionistas e conflituosas em relação aos seus parceiros comerciais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump afirmou, no domingo (9) que deverá oficializar nesta segunda-feira (10) a taxação de 25% sobre o aço e o alumínio, o que poderá afetar diretamente o Brasil.

Nesta segunda-feira (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que “o governo tomou uma decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos. Então, o governo vai aguardar a decisão oficialmente, antes de qualquer manifestação”.

No entanto, conforme noticiou a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, autoridades brasileiras estariam cogitando taxar empresas de tecnologia. O governo brasileiro não almeja estabelecer uma “guerra comercial”, mas também não pretende ficar inerte frente à medida, caso ela se concretize. 

Por isso, uma das contrapartidas estudadas é a “digital tax”, a taxação de plataformas — iniciativa que, aliás, converge com debates que vêm ocorrendo em outros países, como o Canadá, e no âmbito da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Esse tipo de taxação também já vinha sendo discutida por aqui.

Outro ponto positivo usado como argumento é que estabelecer uma alíquota sobre esse tipo de serviço não afetaria a cadeia industrial brasileira, de maneira a não gerar movimentos inflacionários ou prejudiciais à população em geral.

A possível taxação anunciada por Trump tende a impactar de maneira relevante as exportações brasileiras, uma vez que os EUA são o principal destino do ferro e do aço produzidos no país.

Segundo informações do Comex Stat — sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens, gerido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços —, em 2024, o Brasil exportou US$ 6,10 bilhões destas commodities para os EUA, principal comprador desse item. Em segundo lugar, mas bem distante, está a China, com US$ 1,29 bilhão.

Os EUA são, ainda, o segundo maior destino do alumínio brasileiro, recebendo US$ 267 milhões. Somados, os três itens vendidos aos estadunidenses renderam US$ 6,37 bilhões ao Brasil no ano passado.

Vale destacar que 48% do aço e quase 17% do alumínio exportados pelo Brasil têm como destino os EUA, de acordo com a Câmara de Comércio Brasil-EUA.

Outros países como Canadá, México e Coreia do Sul também estão entre os mais afetados. No que diz respeito ao aço, os canadenses são os principais exportadores, com a venda de 6,57 milhões de toneladas líquidas no ano passado, seguido dos brasileiros (4,5 milhões), mexicanos (4,18 milhões) e sul-coreanos (2,8 milhões).

Em seu primeiro mandato, Trump chegou a impor tarifas de 25% sobre importação de aço e 10% sobre as de alumínio, mas depois acabou voltando atrás e revogando a medida.

Além dessas commodities, outros produtos brasileiros e de outros países estão na mira de Trump, que poderá anunciar novas taxações na próxima semana, conforme sinalizou ao dizer que estabeleceria “tarifas recíprocas”.

Com agências

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