Três igrejas em Goiás tem estado de conservação classificado como ruim ou péssimo pelo Iphan; saiba quais 

Um levantamento feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) mostra o estado de conservação de igrejas que foram tombadas como patrimônio em todo o Brasil. O Relatório de Bens Materiais elenca a qualidade da manutenção das estruturas a fim de lutar contra sua deterioração e também tentando evitar acidentes, como o que aconteceu na igreja histórica de São Francisco, em Salvador, na última quarta-feira, 5, onde uma pessoa morreu após parte da estrutura da igreja desabar. 

No levantamento, são três igrejas de Goiás que aparece com estado de conservação classificado como “ruim” ou “péssimo”: a Igreja de Santa Bárbara, na cidade de Goiás, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Niquelândia, e a Igreja Nossa Senhora de Mercês, em Pilar de Goiás. São pelo menos 100 igrejas com manutenção ruim ou péssima em todo o Brasil. 

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Na cidade de Goiás, a Igreja de Santa Bárbara aparece com um estado de conservação “ruim” desde junho de 2023. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Niquelândia, figura com “péssimo” estado de conservação também desde junho de 2023. Por sua vez, a manutenção da Igreja Nossa Senhora de Mercês, em Pilar de Goiás, também figura como “péssima” desde o mesmo período.

Apesar do reconhecimento como patrimônio por órgãos do governo, muitas dessas igrejas são propriedade privada. Dessa forma, a entidade religiosa que administra diretamente o espaço é responsável pela gestão cotidiana e manutenção das edificações, enquanto o Iphan atua na preservação, com restaurações e fiscalizações. 

Salvador 

O teto da Igreja São Francisco de Assis, no Pelourinho, em Salvador, desabou na tarde desta quarta-feira, 5. O desabamento deixou uma pessoa morta e cinco feridas. A informação é do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA). Giulia Panchoni Righetto, uma turista de 26 anos de Ribeirão Preto (SP), foi a vítima fatal.

Por conta do incidente, três viaturas dos bombeiros permanecem no local para atender as vítimas. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também se deslocaram e o Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi acionado.

Imagens mostram os destroços no local após o desabamento. O espaço onde ficam os fieis foi coberto por madeira e outros destroços. O local foi interditado para evitar ferimentos em caso de outros desabamentos.

A igreja é considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo e foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O templo foi construído entre os séculos XVII e XVIII.

A lista

Minas Gerais concentra o maior número de igrejas em estado “ruim” ou “péssimo” de conservação, segundo levantamento do Iphan. Das 100 edificações listadas, 30 estão em cidades turísticas mineiras, como Mariana, Ouro Preto, Diamantina e Congonhas, incluindo templos em estilo rococó que abrigam algumas das principais expressões da arte colonial brasileira.

Ainda impactado pelo rompimento da barragem da Vale em 2015, a cidade de Mariana conta com pelo menos oito igrejas que apresentam sérios problemas estruturais. Entre elas, destacam-se a Capela de Nossa Senhora dos Anjos da Arquiconfraria de São Francisco, a Igreja de Nossa Senhora da Glória e a Igreja Matriz da Conceição. 

Um dos templos mais icônicos da cidade, a Igreja de São Francisco de Assis, conhecida pelo estilo rococó e pelas obras de Aleijadinho, chegou a figurar na lista após passar 14 anos fechada. Em junho de 2023, uma vistoria do Iphan classificou sua conservação como “péssima”, mas, após restauração, o templo foi reaberto no segundo semestre do mesmo ano.

Inspeções realizadas em Diamantina, em dezembro de 2024, identificaram problemas estruturais em três igrejas: Nossa Senhora do Rosário, Igreja da Luz e Igreja de Santana. Já em Ouro Preto, um dos destinos turísticos mais visitados do país, três templos aparecem na relação de edificações comprometidas: Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, Capela de Nossa Senhora da Piedade e Igreja Matriz de São Bartolomeu.

O estado do Rio de Janeiro, da Bahia e do Pernambuco possuem outras dezenas de estruturas em estado ruim ou péssimo. 

O Jornal Opção tentou contato com o Iphan a fim de saber mais sobre o processo de conservação e restauração dos prédios, mas não houve resposta até o momento de publicação desta matéria. O espaço segue aberto.  

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