Baixa popularidade dá tremedeira no governo

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – Nesta hora em que as pesquisas revelam a popularidade do guru da seita vermelha no Nordeste mais baixa que a camada do pré-sal do petróleo, o vermelhão se treme todo, a tremedeira entra pelas rachaduras do gogó de sola, toma conta do corpo e acaba nos pés.

Rebobinemos a catraca do tempo: as torcidas organizadas da seita vermelha fizeram 6 milhões de gols na Bahia nas eleições presidenciais de 2022; o time do capitão perdeu de goleada ao balançar as redes apenas 2.357 milhões de vezes. A goleada da esquerda na Bahia foi maior que a lavagem nacional de 2,139 milhões de gols. E maior que a goleada de 7 a 1 da seleção da Alemanha contra a seleção canarinha em 2014.

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Se houvesse um cataclismo do bem (preservadas as vidas dos habitantes, caranguejos e pés de cacau), e a Bahia se separasse do continente brasileiro, seria criada uma Groenlândia do Atlântico Sul. Poderia levar consigo os Renandites, Colloredes e Delyrantes das Alagoas.

Assim, a nova Groenlândia seria governada por essa patota, os caboclos mamadores da Lei Rouanet e os donos de trios elétricos. O guru da seita do cordão encarnado seria eleito babalorixá da Terra de Todos os Santos e de quase todos os pecados.

Nesta Capitania da Nova Lusitânia seria instalado o reinado dos descendentes da Governadora-Donatária Brites de Albuquerque, que governou nas primeiras décadas de 1500. Haveria apenas um problema sucessório: a governadora era viúva sem filhos e o irmão dela, Jerônimo de Albuquerque, era um grande pegador, gerou uma multidão de filhos. Possuía um harém de mulheres formosas, cheirosas e saborosas. Foi chamado de Adão de Pernambuco. A cada noite injetava o sêmen azul e branco das cores da Capitania em meia dúzia de quatro a cinco donzelas. As namoradas de Dom Jerônimo eram nomeadas professoras da Secretaria de Educação. O salário era de 10 contos de réis mais vale-transporte.

Os pirralhos da prole Albuquerque faziam fila em frente ao palácio para beijar a mão da governadora: “Bênção, tia! Bênção, tia!” A governadora dona Brites distribuía notebooks Apple e smartphone Galaxy para a meninada usar nas escolas do Estado. Era proibido usar celular nas horas de aula. Os amigos de Dom Jerônimo eram nomeados assessores especiais do Governo, com salário de 100 contos de réis. Os pelegos dos sindicatos ganhavam sem trabalhar.

A família Inácio da Silva vem da tribo de Caetés, perto de Garanhuns, de origem daqueles índios antropófagos que devoraram o bispo Sardinha, nos tempos das catequeses. Ainda hoje os Inácio da Silva são muito cabulosos. Eu sou apenas um humilde Marquês da Ribeirolândia na Serra da Borborema, província de Parahyba.

Quando eu crescer e for eleito governador vou reabilitar o nome da capital Filipéia de Nossa Senhora das Neves, da pequenina e heróica Parahyba do Norte. Concordo com o monarquista Ariano Suassuna, de que esse nome João Pessoa não tem nada a ver com as tradições históricas do Estado, foi um casuísmo adotado na chamada Revolução de 1930, que na verdade nunca foi uma revolução.

*Periodista, escritor e quase poeta

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