Renda fixa ajuda BTG Pactual a ter lucro e receita recordes em 2024

O BTG Pactual fechou 2024 com recordes de receita e lucro, superando um cenário de alta de juros e de deterioração do cenário macroeconômico no Brasil.

O maior banco de investimentos da América Latina divulgou, nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, que teve um lucro líquido ajustado de R$ 12,3 bilhões em 2024, alta de 18% em relação a 2023. A receita somou R$ 25,1 bilhões, alta de 16%.

O retorno ajustado sobre o patrimônio (ROAE) atingiu 23,1% no ano passado, acima dos 22,7% de 2023, com o total de ativos no fim do ano subindo 31%, a R$ 646,8 bilhões.

Ao longo dos trimestres de 2024, o BTG foi batente recordes. No três últimos meses do ano passado, não foi diferente: o lucro líquido ajustado foi de R$ 3,3 bilhões, crescimento de 15% em relação ao quarto trimestre de 2023, as receitas totais atingiram R$ 6,7 bilhões, alta de 19%, e o ROAE foi de 23%.

Um dos destaques no ano passado foi a franquia de clientes. Mesmo com a volatilidade dos juros, o segmento manteve a captação positiva, em meio à forte demanda por produtos de renda fixa.

No ano passado, a captação líquida (NNM) somou R$ 247 bilhões, acima dos R$ 205 bilhões de 2023. No quarto trimestre, o banco registrou cerca de R$ 50 bilhões, acima dos R$ 41 bilhões do mesmo período de 2023. Com esse resultado, o BTG Pactual alcançou R$ 1,9 trilhão em recursos de clientes sob gestão e administração, alta de 21%.

A franquia de clientes é vista por analistas como uma das fortalezas do banco para lidar com um 2025 mais nebuloso, em um ano em que a renda fixa deve seguir puxando os resultados. Além disso, a área ganhou um reforço com a aquisição, por R$ 615 milhões da operação da Julius Baer no Brasil.

A incorporação, que ainda precisa ser aprovada pelo Banco Central (BC), promete expandir a parte de gestão de fortunas do BTG Pactual, com o banco estimando que passará a gerir mais de R$ 100 bilhões somente no seu multifamily office, transformando o banco no maior prestador desse tipo de serviço no País. O BTG Pactual também fechou a aquisição da Clave Capital, um movimento que fortalece a asset do banco, lançando novos fundos.

A renda fixa também foi responsável pelos resultados do investment banking (IB), com perspectivas de que siga sendo relevante nos resultados de 2025, ainda que existam dúvidas sobre se as companhias ainda precisam ou querem acessar recursos e em meio à cautela dos investidores.

Enquanto o mercado de equity continua anêmica, a área de debt capital markets (DCM) apresentou contribuição recorde, embalada pelas emissões recordes de dívida pelas empresas no ano passado. Junto com a parte de M&A, DCM ajudou o IB do BTG Pactual a fechar 2024 com R$ 2,1 bilhões em receitas, alta de 30%. Considerando apenas o quarto trimestre, as receitas foram de R$ 510 milhões, alta de 10% em base anual.

A área de corporate lending and business banking apresentou recorde de receitas em 2024, de R$ 6,5 bilhões, avanço de 27%. No quarto trimestre, a receita foi de R$ 1,8 bilhão, alta de 35%. O portfólio de crédito atingiu R$ 221,6 bilhões no ano, avanço de 29%, com a carteira de pequenas e médias empresas totalizando R$ 26 bilhões, avanço de 27% no ano.

A questão, agora, é como o banco vai se comportar em termos de concessão de crédito. Os principais bancos brasileiros têm informando que deverá ter cautela nessa área ao longo de 2025. Esse é um tema ainda mais relevante para PMEs, embora, para esse público, as operações do banco sejam colateralizadas.

Já a área de sales & trading, que inclui corretagem e operações de mercado, viu a receita cair 4% no ano passado, para R$ 6 bilhões, mesmo com a alta de 10% vista na receita do quarto trimestre, que somou R$ 1,5 bilhão.

No ano passado, a área apresentou sua menor exposição a risco de mercados do que em anos anteriores, com o VaR (medida de perda percentual de uma carteira de investimentos) de 0,21% no ano e 0,13% no trimestre.

Em relatório publicado antes da divulgação dos resultados, os analistas do Goldman Sachs destacaram que as ações do BTG Pactual são sua preferência para o próximo ano.

“Olhando para 2025, acreditamos que o ROAE deve continuar expandindo no BTG, apoiado pelo crescimento ainda saudável da asset e do wealth management, empréstimos corporativos e interest and others à medida que os juros sobem”, diz trecho do relatório.

O Itaú BBA apontou que as ações do BTG Pactual apresentam um relação de risco e retorno favorável, considerando o P/E de 7,7 vezes para 2025. Já o Citi enxerga um upside de 53% para as ações, destacando que a diversificação da receita deve continuar impulsionando o retorno.

As units do BTG Pactual fecharam o pregão de sexta-feira, 7 de fevereiro, com alta de 0,06%, a R$ 32,12. Em 12 meses, os papéis registram queda de 14,5%, levando o valor de mercado a R$ 134,7 bilhões.

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