Raphinha cita Messi como melhor do mundo e quer repetir sucesso de Neymar no Barcelona

Vivendo uma das, se não a melhor fase da carreira, Raphinha tem grandes ambições no Barcelona. Além do sonhado título da Liga dos Campeões, que já prometeu fazer uma tatuagem se conquistar, ele quer repetir o sucesso de Neymar e outros brasileiros no Barcelona, onde é, hoje, um dos principais jogadores, muito graças aos seus técnicos. O sucesso dele não foi meteórico, no entanto, e as dificuldades surgiram na base, quando foi rejeitado em clubes por ser “pequeno e magro demais”. Para superar isso, viu o exemplo de Lionel Messi, o qual considera o melhor do mundo.Em entrevista à revista francesa France Football, a mesma que concede o prêmio Ballon D’Or, publicada neste sábado, 8, o atacante relembrou o começo da carreira e as passagens por Portugal, França e Inglaterra antes de ser um dos destaques do Campeonato Espanhol. Junto a isso, falou do retrospecto recente da seleção brasileira, da qual é titular e viveu um “trauma” na Copa do Mundo de 2022, em quem se inspira dentre os ídolos do passado e presente e a ‘guinada’ na Espanha.

Raphinha revelou que vestir a camisa do Barcelona sempre foi um “sonho distante”, enquanto construía sua história no velho continente. Ele chegou ao clube catalão com 25 anos e vive seu auge da titularidade aos 28. “A minha vez de brilhar”, comenta. “Muitos brasileiros contribuíram para a história deste clube: Ronaldinho, Romário, Rivaldo, Neymar. Chegou minha vez de trilhar esse caminho”, reitera, mostrando-se ambicioso em repetir os feitos dos compatriotas.Baixa estatura quase afetou carreira de RaphinhaNa Europa, o atacante passou por Vitória de Guimarães, Sporting, Rennes e Leeds, bem como foi integrante das categorias de base do Avaí no Brasil. A longa trajetória até o Barcelona, no entanto, começou já nas primeiras experiências como jogador de futebol, quando foi rejeitado nas escolinhas de Grêmio e Internacional por um motivo que afetou até Messi: o tamanho.

“Diziam que eu era muito pequeno e muito magro, que não aguentaria a intensidade das partidas e dos treinos, mas tudo isso me motivou”, relembra Raphinha, citando o argentino. “Veja Lionel Messi, que para mim é o melhor jogador do mundo. O que importa é talento e trabalho. Queria provar meu valor, mostrar que era capaz de me tornar um profissional”, diz o atleta, complementando que “sabia o que queria”.1Como Raphinha, do Barcelona, se tornou o melhor brasileiro do mundo e candidato à Bola de OuroO craque também lembrou como as dificuldades na periferia de Porto Alegre (RS), na Restinga, ajudaram a moldar sua personalidade. “Crescer em uma favela é sempre complicado. As pessoas têm dificuldades econômicas e poucas oportunidades de sair da situação. Ao mesmo tempo, é muito gratificante quando você consegue, como aconteceu comigo. Tornei-me quem sou hoje graças a tudo que vivi dentro da minha comunidade. Isso me fez crescer pessoal e profissionalmente”, disse.‘Choque’ antes de protagonismo na seleção brasileiraA boa fase, hoje, se estende também à seleção brasileira, equipe pela qual ele já havia chegado à titularidade sob os comandos de Tite e Fernando Diniz. Agora, com Dorival Júnior, passou a assumir papel de protagonista, especialmente com a ausência de Neymar no último ano por lesão. Em 2024, ele foi o artilheiro da Canarinho, com quatro gols. Para chegar ao ápice, teve que superar um “choque”: a eliminação na Copa do Mundo de 2022.1Jornal espanhol destaca Raphinha como craque e capitão do Barcelona: ‘Mentor e protetor dos jovens’“Levei mais de dois meses para lidar com a decepção”, revela Raphinha sobre o fatídico jogo das quartas de final do torneio no Catar em que o Brasil foi superado pela Croácia nas penalidades máximas para, em seguida, falar sobre a atual fase da seleção. “Todas as equipes passam por uma renovação. Parece-me natural que, em algum momento, poderemos passar por fase ruim. Não será a primeira, nem a última, mas tenho certeza que estaremos bem preparados para a próxima Copa do Mundo”, pontua.

Ano de 2024 foi especial para Raphinha na seleção brasileira, sendo o artilheiro da equipe. Foto: Wilton Junior/Estadão

A próxima tatuagem: o troféu da Liga dos Campeões?Questionado sobre qual será a próxima de suas tatuagens, que representam os troféus que ganhou, ele cravou: “A Liga dos campeões!”, comentando, em seguida, sobre suas chances na Bola de Ouro. “Para (ganhar), é bom ser visto”, afirma, destacando a competitividade para alcançar seus objetivos. “Quando perco, posso explodir. Trabalho muito o aspecto mental para recuperar a calma e a confiança necessárias para fazer as coisas bem.”Raphinha admitiu que a boa fase não teria sido possível sem o incentivo do ex-técnico Xavi Hernández e a confiança do atual treinador, Hansi Flick, a quem fez questão de agradecer. “Ele (Flick) me ligou e disse que eu era um dos jogadores com quem ele estava contando, sem me conhecer ou ter me visto treinar. Isso foi muito importante na minha decisão de ficar e me permitiu trabalhar com total serenidade para atingir o melhor nível”, lembrou. O apoio de Xavi também foi fundamental para que permanecesse no Barcelona após uma temporada de altos e baixos após ser contratado do Leeds, da Inglaterra. “Apesar dos rumores sobre minha saída na temporada passada, sempre dizia que contava comigo. Xavi estava convencido de que com muito trabalho eu me tornaria um jogador de futebol importante”, conclui.

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