Ele ajudou a trazer a internet ao Brasil. Agora, planeja fazer R$ 100 milhões vendendo e-mails

O paulista Paulo Lima conhece a internet brasileira desde os primórdios. Nos anos 1990, antes mesmo da popularização da rede no país, ele ajudou a criar a Mandic Internet, um dos primeiros provedores comerciais. Depois, participou do lançamento do iG, que popularizou os e-mails gratuitos.

Agora, lidera a Skymail, empresa de e-mail corporativo e segurança digital, que quer faturar 100 milhões de reais em 2025. O plano é crescer investindo em infraestrutura, marketing e segurança cibernética.

O movimento vem depois de um 2024 positivo, com crescimento de 35% e faturamento de 70 milhões de reais. Com 6.000 clientes ativos e uma nova frente de negócios voltada para médias e grandes empresas, a Skymail aposta em um mercado onde a concorrência inclui gigantes como Google e Microsoft.

“Resolvemos sair da zona de conforto e mostrar nossa cara. A Skymail não é mais uma startup. Somos uma empresa consolidada, com grandes clientes e um produto maduro”, afirma Lima.

A empresa investiu 40 milhões de reais para sustentar essa expansão. A estratégia incluiu a contratação de um diretor de marketing, abertura de novos data centers e o lançamento de uma unidade focada em cibersegurança.

Qual é a história de Paulo Lima

Lima se autodeclara uma das pessoas mais antigas no mercado brasileiro de internet. Ao lado de Aleksandar Mandic, participou da criação do primeiro provedor de internet comercial do Brasil, a Mandic Internet.

Alguns anos depois, ajudou também a montar o provedor de internet IG — sigla de Internet Group, mas também conhecida, graças a uma estratégia de marketing, por Internet Grátis.

“Com a criação do IG, criamos também um e-mail. A ideia era oferecer um e-mail gratuito para atrair clientes para o IG”, afirma.

Estabelecida esta dinâmica, Aleksandar e Lima começaram a desenhar um outro produto. Um provedor de e-mail pago, com mais espaço na caixa, antivírus, possibilidade de recursos profissionais e segurança — tudo ainda muito inédito na época.

O IG não quis entrar no projeto, e os dois empreendedores decidiram criar o negócio do zero, então. Surgia ali o Mandic Mail, que ficou com os empreendedores até 2011, quando foi adquirida pela gestora de private equity Riverwood Capital.

Sob nova gestão, a Mandic passou a focar em clientes de grande porte. Lima encontrou ali uma oportunidade para seguir trabalhando com e-mail, mas focando em outro público: pequenas e médias empresas.

Conseguimos prover um serviço de qualidade, com grande aderência, para negócios que estavam desassistidos”, diz. “Começamos a aproveitar o mercado e trazer produtos diferentes, principalmente o cloud, com backup, segurança nas nuvens, etc”.

Nascia assim a Skymail, que nos últimos oito anos cresce numa média de 50% ao ano.

Crescimento com estrutura própria

Em 2024, a Skymail reforçou sua presença no Nordeste e no Sudeste. A empresa inaugurou data centers em Recife e no Rio de Janeiro, garantindo menor latência para clientes dessas regiões.

Além disso, fechou um contrato com a Claranet, que adquiriu a Mandic, para gerenciar sua carteira de e-mails. Esse contrato sozinho deve gerar cerca de 10 milhões de reais por ano para a Skymail.

Outra aposta está no modelo white label para pequenos e médios provedores. A ideia é oferecer infraestrutura de e-mail para que esses provedores revendam o serviço com sua própria marca. “Estamos negociando com vários provedores do estado de São Paulo para expandir esse modelo”, diz Lima.

Segurança digital como nova receita

O aumento dos ataques cibernéticos abriu uma oportunidade que a Skymail não quer desperdiçar. A empresa criou uma unidade exclusiva de segurança digital, que já responde por parte relevante do faturamento e deve gerar entre 7 e 10 milhões de reais em 2025.

A empresa também tem investido na incorporação de inteligência artificial aos seus produtos, um desafio essencial para se manter competitiva. “Se não fizermos isso agora, em dois ou três anos nosso produto estará obsoleto”, afirma Lima.

O desafio de competir com gigantes

Embora o mercado de e-mail corporativo pareça saturado por nomes como Google e Microsoft, Lima acredita que ainda há espaço para players especializados. “Muitas empresas dependem do e-mail como base operacional e sofrem com a falta de suporte adequado. Nossa vantagem está na personalização e no atendimento direto ao cliente.”

A missão agora é fortalecer a marca e ampliar a presença no segmento enterprise. “Quando íamos vender a Mandic, a marca tinha um peso enorme. Queremos que a Skymail atinja esse patamar. Nosso objetivo é mostrar que temos capacidade igual à da Microsoft”, diz o CEO.

Com grandes contratos fechados, novos data centers e uma aposta crescente na segurança digital, a Skymail busca consolidar seu espaço num setor onde, apesar da concorrência pesada, e-mail ainda significa negócio.


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