Hugo Motta diz que 8 de janeiro “foi grave, mas não foi tentativa de golpe” ao comentar sobre anistia

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, disse que o que ocorreu na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 “foi grave, mas não foi uma (tentativa) de golpe”. A declaração foi dada durante entrevista à rádio Arapuan FM, de João Pessoa, ao ser questionado sobre o projeto de anistia aos presos pelo atentado.

Mota avalia que as penas recebidas são “muito severas” e que o assunto divida os deputados, além de gerar tensionamento com o Poder Executivo e Judiciário. “Por isso o nosso cuidado em tratar sobre o tema. Eu não posso chegar aqui dizendo que vou pautar anistia na semana que vem ou não vou pautar de jeito nenhum”, afirmou.

De acordo com deputados de direita, em especial do PL, houve um acordo com Mota para não frear as discussões sobre a anistia e colocar em pauta a votação da proposta. O partido indicou o primeiro vice-presidente Altineu Côrtes (PL-RJ). Por outro lado, o presidente da Casa também recebeu o apoio da base do governo Lula (PT), que indicou o segundo 2º vice-presidente: Elmar Nascimento (União Brasil-BA).

Durante o comando de Arthur Lira (PP-AL), o projeto entrou e saiu da pauta diversas vezes por pressão de diferentes grupos. O texto é de autoria de um deputado goiano, o ex-líder da Câmara dos Deputados no governo Bolsonaro, Major Vitor Hugo (PL). O projeto concede perdão a caminhoneiros, empresários e todos os que tenham participado de manifestações nas rodovias, em frente a quartéis militares ou qualquer lugar do país a partir do dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno. Além disso, a proposta inclui os acusados de financiar, organizar os atos ou publicar mensagens de apoio nas redes sociais.

Apesar de não ser citado na proposta, o projeto pode beneficiar Jair Bolsonaro indiretamente. Isso porque, um dos trechos prevê “o fim das restrições de direitos de quaisquer naturezas ou finalidades impostas pela Justiça Eleitoral” em decorrência de atos, declarações e manifestações relacionados às eleições de 2022.

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação após uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada. Na reunião, o ex-presidente disseminou informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro.

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