Dólar tem 2ª alta consecutiva e fecha a R$ 5,79 com tarifas de Trump e possível reajuste no Bolsa Família

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O dólar à vista engatou a segunda alta consecutiva com as tarifas do Donald Trump no radar e rumores de reajuste no Bolsa Família (Imagem: Getty Images)

O dólar à vista (USDBRL) estendeu os ganhos pelo segundo dia consecutivo com o retorno das preocupações com o cenário fiscal e expectativa de que os juros dos Estados Unidos devem permanecer elevados por mais tempo.

Nesta sexta-feira (7), a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,7639 (-0,52%). Durante a sessão, a divisa bateu máxima a R$ 5,8086.

O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Às 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, tinha alta de 0,35%, aos 108.037 pontos.

Na semana, o dólar registrou queda de 0,74%. 

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o real perdeu força na segunda parte da sessão com a notícia de que o governo estuda reajustar o programa Bolsa Família em meio a alta dos preços dos alimentos. A medida vai na contramão da visão do mercado de que o Executivo deve cortar gastos e um potencial ajuste no benefício pode aumentar o valor de compra das família e piorar a inflação.

Em entrevista exclusiva à DW Brasil, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, disse que está preparando um relatório para apresentar ao presidente Lula até março, com a proposta de mudança no valor repassado aos beneficiários do Bolsa Família.

“O problema é o preço do alimento, que teve essa elevação brusca do fim do ano passado para cá”, disse Dias à DW. “Vamos tomar uma decisão dialogando com o presidente, porque isso repercute. Será um ajuste? Será um complemento na alimentação?”, pergunta, para, então, admitir que mexer no valor do repasse “está na mesa”.

No exterior, as medidas tarifárias continuaram nos holofotes. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que vai anunciar tarifas recíprocas para muitos países na próxima semana. 

Ontem (6), o indicado de Trump para exercer o cargo de representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, já havia afirmado que o governo estava analisando o potencial da implementação de tarifas de importação universais como uma forma de reverter o déficit comercial do país.

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Na seara econômica, os investidores reagiram ao relatório de empregos, o payroll, de janeiro, que apontou a de 143 mil vagas no mês ante a expectativa de 169 mil postos de trabalho. A taxa de desemprego ficou em 4%.

Na avaliação do economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, os números do relatório de emprego de janeiro, o payroll, confirmam a principal mensagem da última reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês): a de que a economia americana apresenta um quadro de estabilidade marcado por desemprego muito baixo e inflação resistente acima da meta.

“Não altera o contexto de restrições para a retomada no ciclo de afrouxamento monetário. Com o que é possível enxergar neste momento, acredito que vamos para mais um ano de juros elevados e pressões sobre a taxa de câmbio”, afirmou Igliori.

Após o dado, o mercado reforçou as apostas de que o Federal Reserve deve manter os juros inalterados na reunião de março após o payroll. Agora, os traders veem a possibilidade de 91,5% de o BC dos Estados Unidos manter os juros na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Ontem (6), a probabilidade de 84%. As informações são da ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.

Os agentes financeiros também passaram a esperar apenas um corte de 25 pontos-base nos juros até o final do ano, com o mês de junho sendo o mais provável.

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